Obra polémica no México revela antiga cidade Maia com 300 edifícios

Arqueólogos encontraram uma antiga cidade Maia, com 300 edifícios, perto de Cancún. A descoberta foi feita durante as obras de um polémico megaprojeto ferroviário.

O Tren Maya — também conhecido por Mayan Train ou Maya Train — é uma ferrovia de 1.525 quilómetros no México, que atravessará a Península de Yucatán. A construção começou em junho de 2020 e está prevista para ser concluída em 2024. O projeto visa conectar destinos turísticos com locais menos conhecidos, incluindo locais históricos Maias.

O projeto tem levado ativistas ambientais e indígenas a oporem-se à construção de novas linhas ferroviárias pela selva. Em novembro de 2020, o Conselho Regional Indígena de Xpujil entregou uma petição com 268.000 assinaturas ao Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais de Campeche, pedindo que o projeto fosse suspenso por questões ambientais.

No entanto, nada parece travar a construção do projeto ferroviário — avaliado em 8 mil milhões de dólares — que agora foi temporariamente interrompido por razões alheias.

Diego Prieto, diretor do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH), revelou à imprensa que uma pesquisa arqueológica, entre Playa del Carmen e Tulum, desenterrou uma antiga cidade Maia.

Mais de 300 edifícios foram descobertos na área, alguns dos quais com mais de 8 metros de altura, detalha o All That’s Interesting.

“Ajustes de engenharia estão a ser feitos na parte sul da secção cinco para proteger um impressionante sítio arqueológico que [nomeamos] Paamul II”, disse Prieto.

Mais descobertas podem estar a caminho, já que apenas 11% da pesquisa foi completa até ao momento. O local deverá ser protegido como um corredor ecológico e arqueológico, e muitas das relíquias serão exibidas em museus.

Até agora, mais de 25.000 “bens imóveis” foram descobertos, incluindo estradas antigas, 431 potes de cerâmica e 423 ossos humanos.

Trainspotting34 / Wikimedia

Rota do projeto Tren Maya.

No entanto, ambientalistas continuam a expressar a sua preocupação, temendo que a construção da ferrovia tenha o efeito oposto à preservação destes objetos de valor histórico e arqueológico.

“É muito preocupante que não tenhamos conhecimento dos estudos de impacto ambiental porque não sabemos a viabilidade de um projeto num ecossistema tremendamente frágil”, disse Laura Patiño Esquivel, presidente do grupo ambientalista Moce Yax Cuxtal.

Por enquanto, a construção da ferrovia está suspensa enquanto a pesquisa arqueológica começa.

ZAP //

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