Antiga cidade destruída pelo ISIS escondia arte desaparecida há 2.600 anos

Painéis com arte assíria estavam desaparecidos há mais de 2.600 anos em Nínive, antiga cidade atacada pelo Estado Islâmico.

Arqueólogos encontraram um portão selado durante escavações na antiga cidade assíria de Nínive, que tinha sido destruída pelo Estados Islâmico. Nínive era conhecida no Livro de Jonas, da bíblia, como uma “cidade excessivamente grande”.

Depois de abrirem o portão, os investigadores descobriram um corredor carregado de poeira, que não era mexido há 2.634 anos. As paredes continham incríveis obras de arte, nomeadamente representações de campos militares e soldados, documentando as conquistas da Mesopotâmia pelo rei assírio Senaqueribe.

A arte encontrada retrata uma mudança no trabalho de relevo dos neo-assírios, em que os artistas começaram a usar todo o espaço disponível para retratar com mais detalhe a paisagem e as várias tribos que constituíam o Império Assírio.

Os painéis não só retratam soldados assírios e acampamentos militares, assim como deportados estrangeiros ou prisioneiros de guerra.

“Eles são melhores do que os do Museu Britânico”, disse Michael Danti, membro das escavações, referindo-se a relevos semelhantes encontrados em escavações em Nínive no século XIX. “Eles realmente mostram a escultura de alto relevo, os detalhes das esculturas de Senaqueribe que eram revolucionárias na altura”, disse à National Geographic.

O local improvável da descoberta é um local alvo de recente destruição. Durante uma campanha de terror no norte do Iraque e na Síria entre 2014 e 2017, o Estado Islâmico atacou a antiga cidade de Nínive.

Os arqueólogo estavam a restaurar o Portão Mashki, um dos 18 que pontilhavam as muralhas de Nínive, quando encontraram os incríveis painéis.

À medida que a equipa começou a escavar, encontrou restos humanos. Ironicamente, os painéis foram virados do avesso e reutilizados como material de construção. Os painéis foram postos de lado contra as paredes de tijolo do portão.

“É algo que nenhum de nós esperava”, disse Ali Al-Jobouri, professor reformado de Arqueologia que não fez parte das escavações. “Quando se descobre estas coisas e consegue-se tocá-las com a mão, isso é algo muito, muito emocionante”, disse à National Geographic.

ZAP //

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