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Tomar antidepressivos durante a gravidez pode alterar o cérebro do bebé

De acordo com um novo estudo, um tipo comum de antidepressivo tomado durante a gravidez pode alterar a estrutura do cérebro do feto.

Há muitas mulheres que experimentam depressão durante a gravidez, seja ela preexistente ou depressão pré-natal.  Claudia Lugo-Candelas, investigadora e docente na Universidade de Columbia, conduziu um novo estudo que conclui que um tipo comum de antidepressivo tomado durante a gravidez pode alterar a estrutura do cérebro do bebé, ainda em desenvolvimento.

Estamos a falar dos antidepressivos conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI), comercializados desde o final da década de 1980.

Além de estudar os efeitos dos antidepressivos em ratos, os investigadores analisaram também cérebros de bebés cujas mães haviam tomado algum SSRI durante a gravidez.

Dos 98 recém-nascidos estudados, 16 mães sofriam de depressão e estavam a ser tratadas durante a gravidez com SSRI, 21 padeciam da doença mas não estavam a receber qualquer tipo de tratamento e 61 mães não tinham histórico de depressão. Todos os bebés estavam fisicamente saudáveis.

Mas quando os cérebros foram analisados numa máquina de ressonância magnética, os cientistas aperceberam-se de que os recém-nascidos expostos aos SSRI têm um maior volume de massa cinzenta e maior conectividade estrutural da substância branca na amígdala e no córtex insular em comparação com os bebés que não estiveram expostos.

Estas regiões do cérebro são geralmente a base onde se formam os sentimentos humanos inatos, como o medo e a motivação, e que determinam o humor.

No entanto, não se sabe o que estes resultados significam. Embora um volume maior de massa cinzenta tenha sido associado à ansiedade, um volume menor também já foi associado à mesma condição. Assim, é inteiramente possível que tanto o aumento quanto o volume reduzido de massa cinzenta possam afetar a saúde mental.

“Felizmente, estes resultados apontam para o facto de que algo se está a passar”, afirma Lugo-Candelas. “Ainda não sabemos ao certo o que estes dados significam, ou a sua influência na vida adulta destes bebés, mas é algo que vamos continuar a investigar”.

O estudo foi publicado no JAMA Pediatrics, no dia 9 de abril.

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