O estranho escurecimento do céu, um fenómeno que aconteceu no ano 536, causou uma onda de frio, fome e tumultos. Agora, foi associado ao vulcanismo subaquático.
Em algumas partes da Europa e da Ásia, o Sol brilhava apenas quatro horas por dia e não iluminava mais do que a Lua. Na altura, “as pessoas pensavam que era o fim do mundo”, conta Dallas Abbott, investigador de impactos paleoclimáticos e extraterrestres no Observatório Lamont-Doherty da Columbia University, nos Estados Unidos.
Apesar de a vida na Terra não ter acabado, este período de intensa escuridão foi seguido por um longo período de agitação, com as árvores a terem muitas dificuldades em crescer desde o ano 536 até 555. As evidências sugeriam uma atenuação solar extensa, mas os cientistas nunca souberam o motivo.
Na semana passada, na reunião anual da American Geophysical Union, Dallas Abbott e John Barron, do U.S. Geological Survey, também nos EUA, apresentaram uma nova interpretação deste misterioso evento: os cientistas analisaram um núcleo de gelo na Gronelândia e concluíram que erupções subaquáticas que transportam sedimentos e microrganismos marinhos para a atmosfera, ajudaram a atenuar a luz do Sol.
A partir de um núcleo de gelo chamado GISP2, os cientistas analisaram as camadas de gelo datadas entre 532 e 542, mediram a química da água de fusão e extraíram fósseis microscópicos para estudá-las ao microscópio, adianta o Europa Press.
A análise não podia ter surpreendido mais os investigadores: as camadas do núcleo de gelo continham 91 fósseis de espécies microscópicas que teriam vivido em águas quentes e tropicais. “Encontramos microfósseis de baixa latitude que nunca ninguém encontrou num núcleo de gelo.” Mas como apareceram estas espécies tropicais, amantes de calor, numa camada de gelo na Gronelândia?
A equipa suspeita que tenham sido atirados para a atmosfera por erupções vulcânicas subaquáticas perto do Equador. Em vez de emitir muito enxofre, as erupções subaquáticas teriam vaporizado a água do mar, aumentando o vapor e transportando sedimentos carregados de cálcio e criaturas microscópicas do mar para a atmosfera.
De acordo com os cientistas, as erupções vulcânicas equatoriais, em particular, podem afetar o globo inteiro. Uma vez na atmosfera, os sedimentos e os microorganismos teriam sido bastante eficazes a refletir a luz solar.
Por serem tão difíceis de detetar nos registos de sedimentos, nunca haviam sido identificados até hoje.
Então, se os dinossauros não estivessem já extintos tinham sido extinguidos nessa altura?
Isso quer dizer que nos dias de hije, a unica coisa que importa é que o Europa Press ganhou um link