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Ambientalistas alertam: Cheerios e outros cereais contêm glifosato

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Vários dos cereais de pequeno-almoço mais populares, como o Cheerios e alguns tipos de barras da Nature Valley, continuam a testar positivo à presença de um herbicida que pode aumentar o risco de cancro.

O Environmental Working Group (EWG), que tem ligações à indústria dos orgânicos, encontrou níveis de glifosato, principal ingrediente do herbicida Roundup, “superiores aos que os cientistas do EWG consideram protetores para a saúde das crianças” nos 21 produtos testados.

Por outro lado, os fabricantes reafirmam que os seus alimentos são saudáveis, mas os resultados desta investigação, partilhados num num relatório divulgado esta quarta-feira, não são sem precedentes. Em outubro, o mesmo grupo tinha chegado à mesma conclusão.

A empresa Monsanto, detida pelo gigante químico Bayer, foi recentemente condenada por um tribunal de júri norte-americano a pagar uma indemnização no valor de 1,8 mil milhões de euros a um casal que responsabilizou o herbicida Roundup pelo cancro de que sofre.

A utilização do glifosato, nomeadamente para eliminar ervas daninhas nos jardins e ruas das localidades, tem causado a discórdia entre ambientalistas e grupos de consumidores e a indústria, os primeiros dizendo que é um produto cancerígeno, a segunda que é necessário para conseguir alimentos suficientes para a população europeia.

Em abril, recorda o Diário de Notícias, a Comissão Europeia apresentou uma proposta para tornar mais transparentes os processos de avaliação científica em matéria de segurança alimentar, conforme o compromisso assumido na sequência da polémica em torno do uso de glifosato.

O compromisso de rever as regras de avaliação científica de uma substância foi assumido no mesmo dia em que a Comissão aprovou a renovação da licença para a utilização do glifosato na União Europeia (UE), após dois anos de disputa sobre o seu uso.

Em outubro de 2017, foi apresentada à Comissão uma iniciativa de cidadania europeia intitulada “Proibição do glifosato e proteção das pessoas e do ambiente contra pesticidas tóxicos”, com declarações de apoio de 1.070.865 cidadãos europeus.

O Parlamento Europeu tinha defendido a proibição do glifosato na UE a partir de 2022, com restrições até essa data, em oposição à proposta da Comissão para renovar a licença do herbicida.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glifosato afeta o sistema endócrino e é uma “provável” substância cancerígena, opinião que não é partilhada pelas autoridades científicas europeias e de países como EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Japão.

ZAP //

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