Entre os alunos dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário, os que escolhem a opção de Línguas e Humanidades são os que mais optam por não prosseguir estudos no superior.
Segundo noticiou o Público na quarta-feira, foi o que aconteceu com 30% dos estudantes de Línguas e Humanidades que concluíram o ensino secundário em 2016/2017, uma proporção que duplica a registada pelos seus colegas das áreas de Ciências.
Estes são alguns dos dados revelados num novo estudo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que se propôs detetar qual a percentagem de alunos que, um ano depois de terem concluído o ensino secundário, estavam a estudar numa instituição do ensino superior.
Para esse efeito, a DGEEC acompanhou o percurso individual dos alunos que concluíram o ensino secundário em 2016/2017, de forma a determinar se estes estavam ou não inscritos no ensino superior no ano letivo seguinte (2017/2018).
Do conjunto dos alunos dos cursos científico-humanísticos, que ainda representam mais de metade dos estudantes do secundário, 20% não tinham seguido para o ensino superior, uma proporção que se tem mantido estável nos últimos anos.
Desagregando pelo tipo de opção seguida, constata-se que os alunos dos cursos de Ciências e Tecnologias e Ciências Socioeconómicas são os que menos desistem de seguir para o superior logo após concluírem o secundário. Os que não prosseguiram estudos representam respetivamente 14% e 15% dos alunos destas áreas.
Com os alunos de Artes Visuais tal acontece com 27% dos estudantes, uma proporção que sobe para 30% na opção de Línguas e Humanidades, que é a segunda em número de estudantes.
Para o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, João Guerreiro, esta é uma situação que ainda não se encontra convenientemente estudada, o que o obrigou a procurar informação junto de vários outros especialistas para poder avançar com hipóteses de explicação ao Público.
“Normalmente os alunos que vão para Línguas e Humanidades já acabam o 9.º ano com notas mais baixas dos que aqueles que seguem para outras áreas. E quando acabam o secundário não continuam estudos porque não é isso que pretendem, não estão vocacionados para seguir esse caminho”, adiantou João Guerreiro.
Uma situação bem diferente é a dos alunos de Artes Visuais, embora também 27% não prossigam estudos para o ensino superior. “São alunos particularmente bons, que as universidades estão desejosas de receber, mas que têm o mesmo bloqueio de acesso ao superior que é colocado aos estudantes dos cursos profissionais”, alertou. Mais concretamente, para concorrerem ao ensino superior são obrigados a fazer exames a disciplinas que não constam dos planos de estudos em vigor para estas formações.
Essa é uma das razões que justifica o facto de 82% dos alunos que concluíram o ensino profissional em 2016/2017 não se encontrarem no superior um ano depois.
Entre os alunos que nesse ano letivo concluíram o ensino secundário em cursos profissionais, 12% estavam no ano seguinte inscritos nos cursos Técnicos Superiores Profissionais (Tesp). Esses cursos, que iniciaram em 2014/2015, são ministrados nos institutos politécnicos, têm a duração de dois anos e não conferem grau académico.
A existência ou não desta oferta é uma das razões que explica a desproporção que se faz sentir a nível regional no que respeita aos alunos que vieram do profissional e estão a estudar numa instituição do ensino superior. No distrito de Bragança são 42%, enquanto que em Lisboa e no Porto não vão além dos 14%.
Alunos mais fracos em humanidades? Não sei não, cheira-me a preconceito e falta de informação. A minha filha está em humanidades é aluna de 18, 19 e até 20. E a média da turma não é fraca. Tenho notado que se dá demasiada importância aos cursos de ciências e que se tem sobrevalorizado o ensino da matemática e dos cursos superiores ligados às engenharias. Se calhar os de humanidades acabam o secundário melhor preparados para o mundo do trabalho ou aproveitam o facto de aprenderem línguas estrangeiras e saírem daqui para fora. Mas este estudo não me parece muito correto…
Lá está… o Nj deveria ter ido para humanidades. Mais não seja para aprender a escrever corretamente.
Então refere:”…acabam o secundário melhor preparados para…”. Devia saber que é “mais bem preparados” dado que o “bem preparado” neste caso é um todo significativo.
E eu não sou de humanidades.
Agradeço a correção. Mas eu mal terminei a quarta classe. Ao contrário de si que teve o privilégio de estudar e ser doutor ou engenheiro. Mas acredite que há quem estude muito, não para fazer bem o seu trabalho mas para atentar e criticar os outros. Agradeço correção deste pequeno comentário. Obrigado e espero que perca o seu tempo a corrigir políticos e jornalistas, talvez ganhe mais algum e fique feliz. Comente a notícia por favor esqueça os erros dos outros e preocupe-se com os seus.
Concordo plenamente…o mal é na sociedade Portuguesa se usar muitos rótulos…os miúdos de línguas e humanidades não são inferiores aos que seguem ciências…apenas se tem de fazer opções….há muitos séculos que precisam um dos outros como por exemplo o que seria a vida de um médico quando precisa de recorrer a um tribunal e não houvesse um advogado para o orientar, ou como seria a vida de um advogado se não existisse um médico para o ajudar numa doença… Em vez de rótulos trabalhem mas é todos para a felicidade, porque a vida é curta….
Até se diz por aí que os advogados trabalham bem. E alguns até se mostram disponíveis para todo o tipo de trabalhos. É o que se ouve por aí.
E nas outras profissões não existirá também pessoas disponíveis para todo o tipo de trabalhos como dá a entender existir nos advogados? Parece-me que é mais ajuizado olhar para o telhado …não nos vá cair o meteorito na cabeça…quem se julga mais que os outros cuidado com a queda.
É triste que se utilizem estes comentários para ofender e não para fazer o que realmente poderia ser interessante , ou seja, comentar o teor da notícia. Vamos longe como povo a respeitar o próximo desta maneira! Força continuem
Não é de humanidades mas é da maldade