Altice admite recorrer a despedimentos (e já prepara a venda da antiga PT)

André Kosters / Lusa

Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal

A empresa aceitou cerca de 1100 das 1700 candidaturas a saídas voluntárias, mas diz que está a avaliar outras medidas, incluindo “de carácter unilateral”.

A Altice iniciou, em março, a segunda fase do programa de rescisões voluntárias Pessoa, que produziu efeitos neste mês de maio, com a saída de perto de 1100 trabalhadores, dos cerca de 1700 que se candidataram. No entanto, segundo o jornal Público, que teve acesso a uma nota interna, pode não ficar por aqui.

No documento, a empresa lembra que este é um tempo de “tremenda pressão” para o negócio e que podem vir a ser necessárias “medidas adicionais de reorganização”, incluindo “medidas de carácter unilateral”.

A Altice diz ainda estar “focada na análise dos resultados obtidos nas primeiras etapas do plano integrado de reorganização” e promete chegar, nas próximas semanas, a “conclusões sobre as medidas adicionais a tomar quanto ao investimento e ao mercado”.

“Estamos a avaliar todos os cenários possíveis, onde se incluem medidas adicionais de reorganização, que podem passar por medidas de carácter unilateral“, admite o CEO Alexandre Fonseca nesta nota interna.

Esta sexta-feira, o semanário Expresso também avançou que a empresa já começou a preparar a venda da antiga Portugal Telecom (PT) e já mandatou um banco de investimento internacional para avaliar o negócio.

O jornal online ECO avança que esse banco é o Lazard, que estará encarregado de encontrar potenciais compradores e, a acontecer, segundo o BPI/CaixaBank, a venda será realizada por valores acima de 6,6 mil milhões de euros.

“De acordo com algumas fontes de mercado, a Altice não venderá a Meo por menos de oito vezes o EBITDA”, referiu o banco de investimento na sua nota de research diária, acrescentando, no entanto, que estão “bastante céticos quanto a um múltiplo tão elevado se a venda efetivamente avançar”, cita a mesma publicação.

Ao semanário, fontes do setor defendem que o mais provável é serem fundos de investimento a interessarem-se pela operadora, que já foi a maior operadora de telecomunicações portuguesa.

ZAP //

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