Novos instrumentos de dívida pública é destinado aos pequenos investidores. Tem o objetivo de promover maior liquidez e acesso ao mercado.
A Bolsa de Lisboa está a preparar uma nova oferta de instrumentos de dívida pública destinados aos pequenos investidores, de forma a criar uma alternativa aos tradicionais Certificados de Aforro e responder à crescente procura por opções de investimento em obrigações de longo prazo.
O objetivo principal do projeto, liderado pela Euronext Lisbon, é promover maior liquidez e acesso ao mercado.
Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, explica ao Jornal de Negócios esta quinta-feira que a bolsa já está a trabalhar no lançamento de derivados baseados em índices de títulos do Estado. Estes incluem futuros, opções, ETFs e certificados.
“A Euronext acabou de lançar uma família de índices sobre o preço dos títulos do Estado de vários países”, diz a CEO, a partir dos dados da plataforma de trading MTS, adquirida pela Euronext em 2021, e “nos quais se inclui a dívida portuguesa”.
A oferta também é para ser expandida na dívida corporativa, através do desenvolvimento do mercado “bond vision” — um mercado “direcionado para a dívida de empresas”, explica.
Complemento aos certificados de aforro
Ao mesmo jornal, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) reconhece o impacto positivo do projeto.
“Todas as plataformas que facilitem o acesso dos investidores de retalho ao mercado são positivas, porquanto promovem a liquidez e a maior participação do mercado de retalho na dívida soberana”, diz fonte oficial ao jornal, além de expandir a oferta para mercados internacionais.
Mas a agência ressalva: os novos produtos não competirão diretamente com os certificados de aforro. São um complemento.
A procura por instrumentos de dívida pública tem vindo a crescer em Portugal, especialmente devido às atrativas taxas de juros dos aforros.
Continuam a ser a principal escolha das famílias, mas os novos produtos propostos oferecem rentabilidades superiores em prazos mais longos, o que poderá ser um “chamariz” para investidores dispostos a enfrentar maior risco.