Um novo algoritmo pode permitir uma mais rápida e menos dispendiosa deteção de materiais nucleares nas fronteiras. Além disso, o algoritmo consegue diferenciar a radiação benigna e ilícita na mesma carga.
“Esperamos que as descobertas sejam úteis para reduzir os falsos positivos nos monitores de radiação, mesmo em cenários com várias fontes presentes, e permitam o uso de detetores económicos, como cintiladores orgânicos”, diz Angela DiFulvio, autora correspondente do estudo publicado em abril na Nature Scientific Reports.
Esta inovação poderá ser importante para prevenir o contrabando de material nuclear, que pode ser usado com intuito terrorista. Desta forma, com uma maior eficácia e com um menor custo, este algoritmo pode ajudar a detetar material nuclear perigoso.
Segundo a Futurity, o algoritmo consegue identificar sinais fracos de radiação, como aqueles vistos em materiais revestidos com plutónio, que absorve a radiação. Os investigadores acreditam que possa ser utilizado nas fronteiras para controlar a entrada ou saída de material radioativo.
“Há também a preocupação de que alguém possa mascarar uma fonte radioativa, ou material nuclear especial, usando materiais radioativos que ocorrem naturalmente, como granito ou areia de gato”, explica a autora principal do estudo, Sara Pozzi.
“À medida que os veículos ou caixas são examinados, os dados do detetor podem ser corridos nestes algoritmos que diferenciam as diferentes fontes. Os algoritmos podem identificar rapidamente se materiais nucleares especiais estão presentes”, acrescentou.
O que acontece é que muitas vezes o material nuclear contrabandeado é escondido no meio de fontes de radiação benigna, de forma a tentar enganar os detetores. Este tipo de material pode ser usado para fabricar bombas atómicas, razão pela qual todo o cuidado é pouco.