Observações científicas do “potencialmente perigoso” asteroide Phaethon revelaram algo estranho com a sua rotação.
O asteroide Phaethon ocupa o segundo lugar no ranking dos asteroides potencialmente perigosos para o planeta, com um diâmetro de 5,4 quilómetros.
Ainda assim, não há razões para entrar em pânico, pelo menos para já. O asteroide não deve visitar-nos nos próximos 400 anos.
A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão pretende lançar a sua missão DESTINY+ ao asteroide em 2024, com o objetivo de voar pela rocha espacial em 2028. Como tal, Phaethon tem sido estudado intensivamente.
Segundo a Space, investigadores fizeram recentemente uma descoberta interessante sobre o Phaethon: a sua rotação está a acelerar.
O período de rotação do asteroide é de 3,6 horas e está a diminuir 4 milissegundos por ano. Mesmo uma pequena mudança como esta poderia ter um impacto nas observações da missão japonesa.
Embora possa parecer algo banal, não é propriamente comum os asteroides sofrerem uma mudança no seu movimento de rotação. Este é apenas o 11.º asteroide conhecido em que isso acontece.
O cientista planetário Sean Marshall está a usar dados observacionais para determinar o tamanho, a forma e a rotação do Phaethon. O modelo criado retrata Phaethon como cónico ou um tanto arredondado com uma crista ao redor do seu equador.
“As previsões do modelo de forma não corresponderam aos dados. Os momentos em que o modelo era mais brilhante estavam claramente fora de sincronia com aqueles em que Phaethon foi observado como mais brilhante. Percebi que isso poderia ser explicado pelo período de rotação do Phaethon a mudar ligeiramente em algum momento antes das observações de 2021″, explica Marshall.
“Depois de investigar com mais cuidado, descobrimos que todo o conjunto de dados, de 1989 a 2021, poderia ser ajustado por um modelo com aceleração rotacional constante. Esse modelo de aceleração forneceu um ajuste muito melhor aos dados de 2021 e melhorou um pouco o ajuste do modelo aos dados de anos anteriores”, acrescentou, em comunicado.
O Phaethon é diferente da grande maioria dos asteroides, detalha o ScienceAlert. A órbita do asteroide mergulha perto do Sol como a de um cometa. É ainda um dos dois asteroides que produzem chuvas de meteoros — que normalmente também são produzidas por cometas.
Ainda assim, ao contrário de um cometa, parece não ter gelo. E é azul, em vez de avermelhado ou cinza, como é típico.
Apesar de os resultados das observações de Marshall serem surpreendentes, são boas notícias para a missão japonesa.
“Esta é uma boa notícia para a equipa do DESTINY+, já que uma mudança constante significa que a orientação de Phaethon no momento do sobrevoo da aeronave pode ser prevista com precisão, para que saibam quais regiões serão iluminadas pelo Sol”, salientou Marshall.