Alemanha anuncia que Kiev já pode usar as suas armas na Rússia

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EPP / Flickr

O chanceler alemão Friedrich Merz

O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse hoje que a Alemanha passa a estar entre os países que já não impõem à Ucrânia a condição de não utilizar armas alemãs contra alvos militares na Rússia. Moscovo qualificou a decisão como “bastante perigosa”.

“A Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia”, disse Friedrich Merz,, embora tenha evitado esclarecer se o seu Governo entregará mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia, como tinha prometido antes de se tornar chanceler.

Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, nem pelos americanos”, explicou o chanceler alemão, referindo-se a medidas que tinham sido tomadas por outros países em 2024.

O anúncio de Merz surge horas depois de Moscovo ter atacado o território ucraniano com um número recorde de drones. O ataque envolveu 355 destes dispositivos não tripulados e nove mísseis de cruzeiro, tendo visado várias regiões, entre as quais Kiev, Kharkiv e Odessa.

Em reação ao anúncio de Merz, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, qualificou a decisão como “bastante perigosa“.

“Se estas decisões foram efetivamente tomadas, são absolutamente contrárias às nossas aspirações de chegar a um acordo político. Trata-se, portanto, de uma decisão bastante perigosa”, afirmou Peskov , num vídeo difundido pelos meios de comunicação social russos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, que se encontrava esta segunda-feira em Lisboa, desdramatizou  as críticas russas à decisão do seu país.

“O governo federal alemão sempre disse que ia apoiar a Ucrânia na área da Defesa, na sua defesa contra o agressor que é a Rússia. Houve inúmeras oportunidades de fazer o presidente Putin regressar à mesa das negociações. Essas oportunidades foram sempre rejeitadas e o que dissemos também sempre é que isto não pode ficar sem consequências”, argumentou Waddephul.

Em conferência de imprensa com o homólogo português, Paulo Rangel, o chefe da diplomacia alemã referiu que a Alemanha vai falar a nível europeu, mas também com outros parceiros, como os EUA e Canadá, sobre os próximos passos a dar, mas evitou falar sobre os mísseis de longo alcance Taurus.

“Tal como o chanceler Friederich Merz já disse por diversas vezes, não vamos agora falar sobre sistemas de armas concretos para também manter uma certa ambiguidade. Vamos continuar a agir de forma responsável, mas também de forma eficaz. Isso foi assim no passado e será assim também no futuro”, frisou.

“Mas o certo é que continuaremos a apoiar a Ucrânia na sua defesa contra o agressor Putin e evitar que, de facto, Putin consiga continuar a sua guerra de invasão”, acrescentou, adiantando que segue na terça-feira para os Estados Unidos, para se encontrar com o homólogo norte-americano, Marco Rubio.

ZAP // Lusa

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