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Albuquerque põe um ponto final na eventual candidatura a Belém

Manuel de Almeida / Lusa

O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque

O presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, deixou cair a intenção de entrar na corrida a Belém, afirmando a intenção de querer que Marcelo Rebelo de Sousa seja ponte institucional entre os dois governos.

Miguel Albuquerque deixou cair “hipótese” de uma candidatura a Belém esta quinta-feira, no início do debate sobre o estado da região, na assembleia madeirense. Depois, segundo o Público, depositou em Marcelo Rebelo de Sousa a missão de ser a “ponte” para uma solução política para o futuro do relacionamento com a República.

A hipótese da candidatura presidencial foi colocada em cima da mesa porque a Madeira necessitava de uma vez, que está agora entregue a Marcelo que, na curta visita ao arquipélago, prometeu levar as pretensões do Funchal ao primeiro-ministro.

“Estamos à espera que não faça marcha atrás. Se isso acontecer, não vamos ficar calados”, disse Albuquerque durante debate, apelando a uma intervenção de Belém. “Os partidos da maioria estão dispostos a aceitar que o senhor Presidente da República sirva de ponte para esse futuro.”

A intenção do chefe do executivo regional é estabelecer um novo relacionamento entre o Estado e a região autónoma, no qual a República assume os encargos de soberania ou avança para um modelo legal que permita ao Funchal ter mais meios próprios para responder às necessidades.

Albuquerque apontou fortes críticas a Lisboa em relação aos sucessivos pedidos durante a fase de confinamento: “cenas grotescas” de indefinição sobre o encerramento dos aeroportos do arquipélago, dúvidas sobre a “constitucionalidade” das medidas “profiláticas e de segurança” adotadas pelas autoridades regionais, e o “silêncio e adiamento deliberado” do Estado sobre a urgência de a região autónoma utilizar recursos próprios.

A Madeira ainda vai ter de pagar porque o Governo da República vai marimbar-se para a decisão da Assembleia da República”, acusou ainda, referindo-se a uma tranche de 48 milhões de euros do empréstimo contraído pela região junto do Estado.

No debate, Jaime Filipe Ramos, líder parlamentar do PSD, corroborou, afirmando que os problemas entre os dois governos são “reais, não são ficção”. Já António Lopes da Fonseca, do CDS, lamentou a pouca solidariedade do Estado.

O governo madeirense vai discutir o Orçamento Regional Suplementar ainda este mês, num debate agendado para os dias 27 e 28 de julho.

ZAP //

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