Alba, o único exemplar de orangotango albino conhecido no mundo, está de volta à natureza depois de um processo de recuperação e adaptação ao seu habitat natural.
De olhos azuis e cabelo branco, Alba foi resgatada no ano passado pela Borneo Orangutan Survival Foundation (BOS). O único exemplar de orangotango albino foi encontrado em maio de 2017 numa jaula colocada no terreno de um homem que dizia ser seu dono e que aguardava a sua venda.
A fêmea de orangotango vivia numa aldeia indonésia da ilha de Bornéu e foi resgatada antes de ser vendida como uma espécie rara. Nessa altura, o animal, com cinco anos de idade, estava abaixo do peso, a sofrer de desidratação, stress, infeção por parasitas e outras doenças.
A fêmea de orangotango albino rapidamente se tornou uma sensação na Internet, depois de a fundação ter pedido sugestões de nomes. Acabou por ficar conhecida como Alba, que significa “branco” em latim e “amanhecer” em espanhol.
Depois de pesar os prós e os contras da sua libertação, os investigadores da Fundação BOS e da Agência de Conservação de Recursos Naturais do governo local decidiram libertar Alba na natureza. Uma das principais preocupações era o facto de os outros orangotangos poderem não aceitar a fêmea.
“Alba não tem qualquer complexo de inferioridade. Ela está muito confiante em comparação com os outros orangotangos”, disse o veterinário Agus Fathoni à Associated Press.
“Acho que a verdadeira ameaça são os humanos. O que nos preocupa é a caça furtiva. A sua condição especial faz dela um alvo”, continuou, citado pela NPR.
Alba vai ficar num parque natural do município de Katingan, na Indonésia, onde existem “limites amplos e naturais” e onde se pode vigiar uma população de 200 orangotangos. A fêmea precisa de ser vigiada devido ao seu albinismo e tem de estar protegida dos caçadores de espécies raras.
O orangotango albino foi libertado juntamente com Kika, um orangotango também resgatado que é um ano mais velho do que Alba e que exibiu “comportamentos selvagens e uma firme antipatia pela presença humana”. Ambos os animais foram libertados e, em poucos minutos, subiram para o cimo das árvores.
Nos próximos seis meses, a equipa da fundação irá assistir de perto à adaptação de Alba, já que a sua condição exige cuidados especiais.
“Os sintoma do albinismo – a falta de melanina no cabelo e na pele – podem levar a sérias complicações de saúde, como uma visão debilitada, deficiência auditiva e cancro de pele, além de a tornar mais vulnerável à caça ou predação”, adianta a fundação.
De acordo com o La Vanguardia, a população de orangotangos de Bornéu reduziu em 148.500 unidades entre 1999 e 2015, devido à caça e a plantações, especialmente o óleo de palma, segundo um estudo publicado na Current Biology.