O matemático e cientista de computação britânico será o rosto da próxima nota de 50 libras, revelou o Banco de Inglaterra esta segunda-feira.
O matemático e cientista de computação britânico, Alan Turing, que ficou sobretudo conhecido por ter ajudado a descodificar as comunicações nazis durante a II Guerra Mundial, será o rosto da próxima nota de 50 libras, avança o Boing Boing.
O desenho da nova nota foi revelado, esta segunda-feira, pelo Banco de Inglaterra e deverá entrar em circulação no final de 2021. A decisão foi tomada depois de seis semanas durante as quais foram propostas 989 personalidades.
Depois, com uma lista de 12 finalistas em mãos, o governador do banco teve a decisão final. “Alan Turing foi um matemático brilhante, cujo trabalho tem tido um impacto enorme na forma como vivemos hoje”, afirmou, citado pelo jornal Público.
“Enquanto pai da ciência da computação e da inteligência artificial, bem como herói de guerra, as suas contribuições foram vastas e pioneiras. Turing é um gigante em cujos ombros tantos estão agora”, acrescentou.
Segundo o jornal, para além de uma fotografia do cientista, a nova nota inclui ainda uma tabela do artigo científico que escreveu em 1936, no qual descreve o funcionamento de um computador teórico, que ficou conhecido por Máquina de Turing e que abriu caminho aos primeiros computadores do século XX.
A nota também é composta por uma imagem do ACE, um computador concebido pelo cientista já depois da II Guerra, assim como diagramas da máquina que ajudou a conceber e que foi usada para decifrar as comunicações nazis.
Também se destaca a citação do matemático, retirada de uma entrevista dada em 1949 ao jornal britânico Times: “Isto é apenas um prelúdio do que está para vir, e apenas a sombra do que vai acontecer”.
De acordo com o Boing Boing, ironicamente, este anúncio acontece numa altura em que o Governo britânico está a tentar proibir que a maioria dos elementos mais importantes do trabalho de Turing sejam usados pelo público.
O Executivo tem repetidamente proposto proibições, tanto de computadores de uso geral como de criptografia, e tem colocado ordens para banir fabricantes que criam computadores capazes de criptografar dados, de forma a que os espiões do Governo e a polícia não consigam aceder.
Turing era homossexual e, quando a polícia descobriu este facto, em 1952, foi detido e depois condenado a um processo de castração química com injeções de estrogénio. Esta tortura levaria a que, dois anos depois, o cientista cometesse suicídio ao comer uma maçã envenenada. Em 2013, o Reino Unido viria a dar-lhe um perdão póstumo.