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“Milhares de famílias” podem sofrer agravamento do IRS com propostas do Governo

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José Sena Goulão / Lusa

O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio.

O alerta é do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais durante o Governo de Passos Coelho. Paulo Núncio constata que as propostas do actual Governo para acentuar a progressividade do IRS, através da revisão dos escalões, vão agravar os impostos para “muitos milhares de famílias”.

As declarações de Paulo Núncio surgem no âmbito do Programa do Governo, onde está inscrita a intenção de acentuar a progressividade do IRS, através da revisão dos escalões do imposto, para permitir, nomeadamente, o englobamento de várias categorias de rendimento que têm, actualmente, uma taxa especial de 28%, como é o caso dos rendimentos de capitais ou prediais.

A medida era exigida por Bloco de Esquerda e CDU e Paulo Núncio considera, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Rádio Antena 1, que vai ter um “acréscimo significativo” nos impostos pagos por “muitos milhares de famílias”.

O ex-governante nota que o IRS já tem um nível de progressividade “muitíssimo elevado”, concluindo que, deste modo, serão as famílias que ganham mais a pagar a factura das propostas do Governo.

Estão em causa agregados familiares que já pagam uma taxa de IRS superior a 28% e que, fruto do englobamento dos rendimentos, designadamente das rendas e dos juros, passarão a estar abrangidos por taxas mais elevadas.

“Os impostos já estão tão elevados que aumentar ainda mais a carga fiscal sobre as famílias não me parece a decisão mais apropriada neste momento”, critica Paulo Núncio na referida entrevista.

O ex-secretário de Estado confessa-se “um pouco surpreso”, considerando que está em causa uma “alteração substancial” da política do Governo de António de Costa.

“Este ano – não foi há cinco anos -, o Governo aprovou uma legislação no sentido de reduzir as taxas especiais sobre as rendas dos contratos de longa duração”, lembra Núncio. “Menos de um ano passado de uma alteração sobre as taxas especiais sobre as rendas, o Governo decide agora englobar essas rendas nas taxas progressivas”, questiona para vincar a sua surpresa.

O Governo terá de se explicar, mas não me parece fazer muito sentido e não me parece ser propriamente um favor ao princípio da estabilidade legislativa”, conclui o antigo governante, apontando que “se Portugal avançar para o englobamento total dos rendimentos sujeitos a taxas especiais vai divergir da regra na União Europeia, penalizando ainda mais a competitividade do nosso sistema fiscal”.

ZAP //

10 Comments

  1. Socialistas / Marxistas são “Caçadores” de “Cpaital e RIqueza” para “dar” aos que vivem do Estado!

    Não só isso mas também a Proposta de aumento do salario Minimo tem exactamente a mesma finalidade de aumento da “Receita”!

    São uns malabaristas, a iludir o Povo não quem o “bata”.

  2. Este mafioso quando o governo que ele fazia parte não o vi preocupado com as famílias quando o seu governo roubou os reformados e os mais fracos, deve pensar que somos todos esquecidos que não se lembramos o que nos roubaram, como se o PPD fosse melhor que o PS todos farinha do mesmo saco, só se lembram das famílias quando são oposição quando são governo é roubar vilanagem.

    • Pois devia pensar que este “mafioso” teve que actuar sobre ordens da troika, trazida para cá por um tal de José Sócrates (sim, esse que está acusado de corrupção e fraude fiscal) e pelo seu ministro das finanças Teixeira dos Santos, que negociou os termos em que teria de ser feita a governação, sob pena de não haver financiamento e ficarmos simplesmente na bancarrota.

    • É para isso que servem os diversos governos para empobrecer a população como têm feito até agora. Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

  3. Mas quem é que não saberá governar tirando vinte e dando apenas dez? Estamos em fim de ano e já se fala em aumento de impostos, “agora já há mais liberdade de falar porque as eleições estão feitas e o tacho assegurado”, mas deixem lá chegar o novo ano e veremos a dose de impostos que aí virá.

  4. Está mais que na hora de retirar as benesses aos ricos pois não só não precisam como devem é ser bem investigados, as grandes fortunas de onde é que realmente veem?

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