A empresa que assegura a comunicação e assessoria de Miguel Pinto Luz assinou um contrato de 75 mil euros com uma empresa municipal de Cascais, autarquia onde Pinto Luz é vice-presidente. Mas não é caso único.
A agência de comunicação de Miguel Pinto Luz, candidato à liderança do PSD, assinou um contrato de 75 mil euros com uma empresa municipal de Cascais, em 17 de dezembro do ano passado.
No entanto, segundo o Expresso, existem mais 11 contratos celebrados entre a agência e empresas do universo desta autarquia, onde Pinto Luz é vice-presidente. No total, em nove anos, a NextPower ganhou mais de 2 mil milhões em 50 contratos públicos, sendo que a autarquia e empresas municipais de Cascais contribuíram com mais de 600 mil euros.
Ao mesmo matutino, a NextPower garantiu não existir “qualquer conflito de interesses” e escusou-se a comentar a relação contratual com Miguel Pinto Luz.
Miguel Pinto Luz foi desafiado pelo Expresso a esclarecer a questão e a facultar, em tempo útil, uma cópia do contrato celebrado entre as partes. Apesar da insistência do matutino, a candidatura de Miguel Pinto Luz optou por não responder às questões.
O Expresso desafiou os três candidatos a revelar as contas da campanha e Miguel Pinto Luz foi o único a recusar o desafio. “A candidatura entregou o orçamento na sede nacional. O valor final ainda não está apurado, mas durante a próxima semana iremos disponibilizar os dados”, prometeu fonte oficial da campanha.
Já em relação aos restantes dois candidatos, Luís Montenegro entregou um orçamento de campanha na ordem dos 97 mil euros, duas vezes mais do que os 40 mil euros orçamentados pelo líder social-democrata, Rui Rio.
Fonte oficial garantiu ao Expresso que a campanha de Montenegro está a ser suportada pelo “contributo do próprio candidato” e de “outros apoiantes”, sendo que a “angariação de fundos ainda decorre”.
Por sua vez, Rio orgulha-se de ter cumprido “o orçamento previsto” e assegura que os “donativos foram feitos por várias dezenas de apoiantes e simpatizantes, individualmente”.
