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Sonda Schiaparelli chegou a Marte e perdeu-se

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A Europa conseguiu colocar, na quarta-feira, a sonda europeia-russa TGO na órbita de Marte, mas está sem notícias do módulo de aterragem Schiaparelli, anunciou a Agência Espacial Europeia (ESA).

“Temos uma missão à volta de Marte”, declarou Michel Denis, diretor das operações de voo da missão ExoMars, referindo-se à sonda.

Com a Mars Express lançada há 13 anos e que ainda funciona, a Europa dispõe agora de duas sondas na órbita do planeta vermelho.

Em contrapartida, para o módulo de aterragem da sonda europeia, “é claro que os indícios não são bons, mas precisamos de mais informações”, disse Paolo Ferri, chefe da divisão de operações da ESA.

O módulo Schiaparelli, que se separou no domingo da sonda científica TGO, “acordou”, como previsto, pouco antes da aterragem, como permitiu constatar um radiotelescópio indiano que captou um sinal rádio, indicou a ESA.

Mas o fraco sinal de rádio emitido parou de ser recebido pelo radiotelescópio “pouco antes ou no momento da aterragem”, agendada para as 14:48 TMG (15:48 em Lisboa), indicou Thierry Blancquaert, responsável pela Schiaparelli.

O Schiaparelli estava programado para entrar em contacto com a sonda da NASA Mars Reconaissance Orbiter às 20:00 (menos uma hora em Portugal), mas o aparelho permaneceu silencioso.

(dr) ESA

“Não se deve retirar conclusões precipitadas”, declarou Andrea Accommazzo.

São as sondas em torno de Marte que vão permitir saber onde está a Schiaparelli.

Trata-se da segunda vez que a Europa tenta aterrar em solo marciano, depois de há 13 anos a sonda europeia Mars Express ter lançado uma mini-sonda Beagle 2, que nunca deu sinal de vida.

O grande voo da Schiaparelli é a primeira etapa da ExoMars, uma ambiciosa missão científica europeia e russa que visa procurar indícios de vida atual e passada em Marte.

A sonda TGO vai começar a trabalhar em 2018 e está encarregada de “cheirar” a atmosfera marciana para detetar vestígios de gases como o metano, que poderão indicar a presença de uma forma de vida presente no planeta.

Em 2020, a Europa e a Rússia enviarão para Marte um grande ‘rover’ que beneficiará da evolução tecnológica da Schiaparelli e realizará perfurações no solo para tentar encontrar vestígios de vide bacteriana passada.

Ambas com componentes ‘made in Portugal’, a TGO e a Schiaparelli percorreram quase 500 milhões de quilómetros desde o seu lançamento em março por um foguetão russo Proton-M a partir de Baïkonur, no Cazaquistão.

ZAP / Lusa

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