O exercício extremo ajuda-nos a viver mais tempo? Novo estudo diz que sim

De acordo com um novo estudo, o exercício físico extremo pode ajudar-nos a viver mais tempo. Mas os dilemas sobre o exercício extremo continuam.

Vários são os debates sobre se o exercício físico extremo é prejudicial ou não para a saúde.

Um novo estudo, publicado na última edição do British Journal of Sports Medicine, revelou que as pessoas que conseguem correr uma milha (1,6 quilómetros), em menos de quatro minutos tendem a viver mais anos.

A investigação, levada a cabo por investigadores da Universidade de Alberta (Canadá), incidiu nos primeiros 200 atletas (todos homens, nascidos entre 1928 e 1955) que completaram esta proeza – incluindo, claro, o incontornável neurologista Roger Bannister – o primeiro atleta de sempre correr a milha abaixo dos quatro minutos.

Até dezembro de 2023, sessenta desses corredores tinham falecido, com uma idade média de morte aos 73 anos, enquanto os sobreviventes tinham em média 77 anos.

Tendo em conta o local e a data de nascimento, o estudo mostrou que, em geral, estes atletas viveram 4,7 anos a mais do que a média populacional.

Como detalha a New Scientist, aqueles que correram a milha abaixo dos 4 minutos na década de 1950 viveram mais de nove anos do que a população em geral, enquanto os que alcançaram a proeza nas décadas de 1960 e 1970 viveram mais 5,5 e 3 anos, respetivamente.

Os resultados indicam que o exercício físico extremo pode não ser tão prejudicial quanto outros estudos teorizaram anteriormente.

Isto poderá prender-se – notam os investigadores – ao facto de os atletas de alto rendimento podem ter sistemas de saúde mais robustos, capazes de se recuperar rapidamente das tensões diárias.

“Estes atletas constroem um sistema de tão alta capacidade nos seus corações, pulmões, vasos sanguíneos, músculos e sistemas imunitários que é possível que consigam recuperar muito bem das tensões normais do dia a dia”, explica o líder da investigação, Stephen Foulkes, citado pela New Scientist.

Contudo…

Thijs Eijsvogels da Universidade de Radboud (Países Baixos) adverte, à mesma revista, que estes resultados não desmentem a hipótese de que o exercício extremo é prejudicial.

O especialista aponta que o estudo se baseou apenas em pessoas fisicamente aptas. No entanto, pode acontecer que as pessoas com regimes de exercício menos extremos tenham resultados diferentes ou até mesmo melhores.

Pelos motivos supracitados, ainda não é o presente estudo que vai conseguir responder, se o exercício extremo é prejudicial ou não.

ZAP //

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