Noivado desfeito. Afinal, Nissan e Honda não se vão unir

KIMIMASA MAYAMA/EPA

As duas fabricantes, que tinham anunciado um acordo, não chegaram a um consenso sobre os termos da fusão. Cai, assim, o eventual terceiro maior fabricante automóvel do mundo.

A Nissan decidiu retirar-se das conversações que mantinha com a Honda desde finais de 2024, para a fusão entre as duas fabricantes de automóveis, devido a divergências sobre o projeto, noticiou esta quarta-feira o Nikkei.

Cai, desta forma,  um acordo de mais de 60 mil milhões de dólares que teria criado o terceiro maior construtor automóvel do mundo.

De acordo com a publicação económica japonesa e com várias pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Reuters, a Nissan Motor vai abandonar o memorando de entendimento, ao abrigo do qual estava a negociar com a Honda Motor desde o final de dezembro, devido à incapacidade de chegar a um consenso sobre os termos da fusão.

Um porta-voz da Nissan disse à agência de notícias Efe que a notícia “não corresponde a nenhuma informação anunciada pela empresa”, que planeia divulgar a posição oficial sobre o andamento das negociações em meados de fevereiro.

As duas fabricantes e a Mitsubishi anunciaram em agosto que iriam partilhar componentes para veículos elétricos, como baterias, e pesquisar em conjunto software para condução autónoma para se adaptarem melhor às mudanças centradas na eletrificação, na sequência de um acordo preliminar entre a Nissan e a Honda estabelecido em março, numa tentativa de reduzir custos e reforçar a competitividade, depois de perderem espaço para a Tesla e fabricantes chinesas.

“A Nissan tem uma grande afinidade com a Honda”, disse Toshihiro Mibe, que garantiu que a evolução da eletrificação e dos veículos inteligentes torna “essencial ser forte em muitos domínios”.

Uma fusão poderia resultar num gigante avaliado em mais de 50 mil milhões de dólares (48 mil milhões de euros), com base na capitalização bolsista dos três fabricantes de automóveis. Juntas, a Honda com a aliança da Nissan e da Renault SA de França e da pequena Mitsubishi Motors Corp passariam a constituir concorrência à altura da Toyota Motor Corp, que tem parcerias tecnológicas com a japonesa Mazda e Subaru, e com a alemã Volkswagen AG.

ZAP // Lusa

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