Japonesas, que têm perdido espaço no desenvolvimento de elétricos para a Tesla e fabricantes chinesas, unem esforços numa tentativa de reduzir custos e reforçar a competitividade.
As fabricantes japonesas Nissan e Honda anunciaram esta sexta-feira que começaram a negociar uma aliança para produzir componentes e programas para veículos elétricos, numa tentativa de reduzir custos e reforçar a competitividade.
O presidente da Nissan, Makoto Uchida, e o homólogo da Honda, Toshihiro Mibe, disseram que as duas empresas irão procurar áreas de colaboração, como programas e a uniformização de componentes-chave, incluindo baterias. O acordo não é vinculativo e as negociações irão começar agora, disseram os executivos, numa conferência de imprensa conjunta.
O mercado do automóvel elétrico “está a mudar rapidamente e espera-se que a competição aumente. (…) Penso que podemos partilhar desafios comuns” com a Honda, disse Toshihiro Mibe.
“Aquilo que os clientes procuram mudou significativamente” e nesse cenário “motores e programas modernos são necessários para se adaptar a essas exigências”, notou Makoto Uchida.
Renault e Mitsubishi “continuam a ser importantes”
Questionado sobre um potencial impacto na aliança que a Nissan mantém com a francesa Renault e a japonesa Mitsubishi, Uchida garantiu: “Eles continuam a ser aliados importantes e continuaremos a trabalhar juntos para continuar a elevar essa colaboração”.
Uchida mostrou-se convencido de que o novo projeto “não afeta em nada” as alianças já estabelecidas e pode servir “para encontrar formas de maximizar os benefícios” para todos.
“A Nissan tem uma grande afinidade com a Honda”, disse Toshihiro Mibe, que garantiu que a evolução da eletrificação e dos veículos inteligentes torna “essencial ser forte em muitos domínios”.
As fabricantes automóveis japonesas, que historicamente tinham tido muito sucesso com veículos de motores de combustão, têm ficado para trás no desenvolvimento de automóveis elétricos, liderado pela norte-americana Tesla e por rivais chinesas.
O anúncio surge num momento em que o mercado de veículos elétricos está a aumentar, com muitos países a tomar medidas para a transição energética.
ZAP // Lusa