Afinal, Melania Trump foi mesmo “illegal alien”

Toglenn / Wikimedia

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A modelo de origem eslovena Melania Trump, mulher do milionário Donald Trump

Melania Trump, mulher do candidato republicano à Casa Branca, fez dez trabalhos pagos como modelo nos Estados Unidos antes de ter autorização legal para trabalhar no país, segundo documentos de há 20 anos divulgados pela Associated Press.

Os detalhes dos primeiros trabalhos de Melania Trump nos Estados Unidos surgiram nos últimos dias de uma amarga campanha presidencial em que o seu marido, Donald Trump, condenou as leis de imigração e aqueles que as violam.

Trump propôs um uso mais alargado do sistema de verificação eletrónica do Governo, permitindo aos empregadores verificar se os candidatos estão autorizados a trabalhar. O candidato sublinhou que as leis federais proíbem pagamentos a imigrantes ilegais – os famosos “ilegal aliens“.

A modelo de origem eslovena, que recebeu um cartão verde em março de 2001 e se tornou cidadã norte-americana em 2006, tem sempre garantido que chegou ao país de forma legal e nunca violou os termos do seu estatuto de imigração.

Durante a campanha presidencial, Melania Trump relatou a sua história para defender a posição dura do seu marido sobre imigração.

A mulher do candidato republicano, que trabalhou como modelo apenas com o seu primeiro nome, recebeu pagamentos entre 10 de setembro e 15 de outubro de 1996, no total de 20 mil dólares, num período em que tinha autorização para permanecer nos Estados Unidos e procurar emprego, mas não realizar trabalho remunerado.

Os documentos agora revelados incluem registos detalhados de contabilidade e contratos.

É muito improvável que a descoberta possa afetar o estatuto de cidadania de Melania Trump, já que a prática comum do Governo norte-americano é de apenas revogar a cidadania em casos graves, nomeadamente envolvendo terrorismo e crimes de guerra.

As revelações sobre os pagamentos surgem numa altura em que a antigo modelo assume um papel mais destacado na campanha do marido. Melania fez o seu primeiro discurso, em meses, esta quinta-feira, no qual se referiu ao seu trabalho como modelo na Europa e à sua decisão de ir para os Estados Unidos.

“Como uma jovem empresária, eu queria seguir o meu sonho num sítio onde liberdade e oportunidade existissem em abundância. Por isso, claro, vim para cá”, disse.

Desde que surgiram questões sobre a sua imigração, Melania Trump sempre rejeitou divulgar os seus registos de imigração.

/Lusa

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