Depois de ter anunciado na semana passada que ia proibir a pornografia a partir de Outubro, a plataforma voltou atrás. Em causa estavam ameaças de bancos deixarem de aceitar as transacções da empresa.
A decisão durou apenas uma semana. Depois de ter lançado a bomba sobre a proibição da pornografia a partir de 1 de Outubro, o Only Fans voltou atrás. A decisão ia pôr em causa o futuro da plataforma, já que é muito conhecida no mundo do entretenimento adulto.
“Obrigado a todos os que fizeram ouvir as suas vozes. Asseguramos as garantias necessárias para apoiamos a nossa comunidade de criadores diversa e suspendemos a mudança na política planeada para 1 de Outubro. O Only Fans defende a inclusão e vamos continuar a ser uma casa para todos os criadores”, escreveu a empresa no Twitter.
Já há algum tempo que a empresa está a tentar mudar a sua imagem e mostrar que pode ser usada para outro tipo de conteúdos além dos sexuais devido às dificuldades na atracção de investidores. Apenas dois dias antes da proibição, a plataforma anunciou a criação da OFTV, uma nova aplicação gratuita de streaming sem conteúdos adultos.
Muitos utilizadores e criadores do site culparam o Only Fans pela decisão inicial, mas Tim Stokely, co-fundador e CEO da empresa, afirmou numa entrevista ao Financial Times que a plataforma não teve escolha perante ameaças dos bancos cortarem relações devido à publicação de pornografia.
“Sobre a mudança na política, não tínhamos escolha – a resposta curta são os bancos. Pagamos a mais de um milhão de criadores 300 milhões de dólares todos os meses, e garantimos que estes fundos chegam aos criadores com o sector bancário”, explicou.
O banco BNY Mellon em particular denunciou e rejeitou transferências e o Metro Bank fechou as contas da empresa em 2019, segundo Stokely. As novas regras da rede MasterCard sobre a partilha de imagens sexuais também afectam o Only Fans, já que agora exige documentos de identificação da idade de todas as pessoas retratadas e de quem publica o conteúdo e também uma verificação pela plataforma antes da publicação.
Apesar da mudança não avançar, algumas trabalhadoras sexuais que usam o Only Fans dizem que não vão continuar na plataforma. Na resposta ao tweet, lêem-se mulheres que dizem que a empresa as abandonou depois de ter ganhado notoriedade às suas custas.
“Não, obrigada, já me custaram muitos subscritores. Mesmo se não tivesse de vos pagar 20%, já vou sair a 1 de Outubro”, escreveu uma utilizadora do Twitter.
Naah thanks haha u lost me and a ton of my subscribers already. Even if I wouldn’t have to pay that 20% to you. I’m gone by October 1st
— showing my 🐱 on fansly😋 (@yourDfantasyx) August 25, 2021
Fundado em 2016, o OnlyFans viu um grande boom de popularidade durante a pandemia, graças a trabalhadoras sexuais que começaram a usar a plataforma. A empresa tem mais de 2 milhões de criadores e 130 milhões de utilizadores e teve receitas de 375 milhões de dólares em 2020.
Várias celebridades como os rapper Cardi B e Tyga, o lutador de boxe Floyd Mayweather, a ex-estrela da Disney Bella Thorne ou a cantora brasileira Anitta já criaram contas.