Afeganistão. Chefes de diplomacia da UE discutem hoje “encruzilhada”

Jawad Jalali / EPA

Reunião de líderes europeus tem como objetivo fazer “uma primeira avaliação” da situação afegã numa altura em que a União Europeia e a NATO preparam operações de apoio aos cidadãos em perigo de vida ou de segurança no Afeganistão.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) vão discutir hoje, por videoconferência, a situação no Afeganistão, país que vive momentos caóticos depois de as forças talibãs terem recuperado o poder e ocupado a capital Cabul.

A reunião extraordinária foi convocada na segunda-feira pelo Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, um dia após os talibãs terem entrado em Cabul, forçando a uma retirada apressada dos diplomatas e cidadãos de países ocidentais e afegãos que colaboraram com a comunidade internacional, uma operação de evacuação que está a processar-se sob condições extremamente delicadas.

Por ocasião do anúncio da convocatória da videoconferência, Borrell, adiantando que o encontro visa proporcionar “uma primeira avaliação” da situação, comentou que “o Afeganistão encontra-se numa encruzilhada”, sublinhando que “a segurança e o bem-estar dos seus cidadãos, bem como a segurança internacional, estão em jogo”.

A secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, vai representar Portugal na reunião, com início previsto para as 16h em Bruxelas, 15h em Lisboa.

Na segunda-feira, em declarações à Lusa, Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, revelou que, dos 16 civis portugueses que estavam no Afeganistão, 12 já saíram do país e quatro continuam em funções operacionais no aeroporto de Cabul.

Sublinhando que Portugal não tem, “neste momento, nenhum motivo de preocupação com essa dimensão de portugueses civis que ainda estão em Cabul”, Santos Silva garantiu que os que ainda estão naquele país “serão retirados proximamente, à medida que as atividades de controlo do tráfego aéreo no aeroporto de Cabul deixarem de ser responsabilidade da comunidade internacional”.

Portugal está ainda, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, a fazer uma identificação dos afegãos que colaboraram com a comunidade internacional e que, “portanto, possam correr risco de vida ou de segurança”.

No domingo, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, adiantara que Portugal vai integrar a operação da UE e da NATO para proteger cidadãos no Afeganistão e está disponível para receber afegãos. Segundo Gomes Cravinho, o número de refugiados a receber em Portugal ainda está a ser avaliado, mas a força portuguesa destacada no país nos últimos anos somava “243 funcionários afegãos, mais as suas famílias”.

LUSA //

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