Uma jovem afegã foi apedrejada até à morte por talibãs e chefes de guerra por tentar fugir com o seu amante, revelaram esta terça-feira as autoridades do Afeganistão.
O apedrejamento aconteceu “há cerca de uma semana”, em Ghalim, uma zona montanhosa e desértica da província de Ghor, às mãos dos talibãs, disse à agência noticiosa AFP a governadora Sima Joyenda, que é uma das duas mulheres a governar as 34 províncias do Afeganistão.
A jovem encontrava-se de pé, dentro de um buraco escavado no chão, apenas com a cabeça de fora, enquanto um homem vestido de preto iniciou o apedrejamento, sendo depois acompanhado por outros três homens.
Um deles sugeriu à jovem que recitasse a “shahada”, a profissão de fé muçulmana, ao que a rapariga respondeu, já com voz fraca, que “não há outro Deus além de Deus”.
A vítima “foi apedrejada até à morte por talibãs, por clérigos e chefes de guerra irresponsáveis”, reagiu Sima Joyenda, indicando que a jovem tinha “entre 19 e 20 anos” e “foi casada com um homem contra a sua vontade“.
“Tinha fugido com outro homem da sua idade”, acrescentou a governadora que pede ao Governo central de Cabul para que “liberte” esta zona do país do controlo dos talibãs.
Este é mais um dos muitos casos de violência contra mulheres no Afeganistão. A porta-voz da governadora, Abdul Hai Katebi, assegurou à AFP que as imagens do vídeo são autênticas.
Em março deste ano, uma mulher de 27 anos foi espancada até à morte e depois incendiada por uma multidão de homens em fúria, por alegadamente ter queimado o Corão. O caso, que chocou o mundo, foi levado a Tribunal e quatro homens foram condenados a pena de morte.
ZAP / Lusa