Advogada de Rosa Grilo e ex-PJ constituídos arguidos. São suspeitos de “plantar” bala

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António Pedro Santos / Lusa

Rosa Grilo (D), mulher e suspeita no envolvimento na morte do triatleta Luís Grilo, à chegada ao Tribunal de Vila Franca de Xira

O caso de Rosa Grilo, a mulher condenada a pena máxima pela morte do marido, o triatleta Luís Grilo, dá mais uma reviravolta. A advogada da suspeita e um ex-inspector da Polícia Judiciária foram constituídos arguidos por terem, alegadamente, “plantado” uma bala para baralhar o julgamento.

A advogada Tânia Reis e o ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ) João de Sousa foram ouvidos no âmbito de um inquérito aberto no seguimento da descoberta de uma bala na banheira do quarto de Rosa Grilo e de Luís Grilo nas Cachoeiras, em Vila Franca de Xira.

A bala foi descoberta mais de um ano e meio depois do homicídio do triatleta e as fotografias tiradas pelo Laboratório de Polícia Científica mostram que “é posterior ao crime”, como reporta o Correio da Manhã (CM).

A Brigada de Homicídios da PJ está a investigar as circunstâncias em que a bala apareceu.

Tânia Reis e João de Sousa foram constituídos arguidos no processo pelo crime de favorecimento pessoal que é punível com pena de prisão até três anos, ainda segundo avança o CM.

A bala foi encontrada por João de Sousa, ex-inspector da PJ que já foi condenado por corrupção, segundo o CM, poucos dias antes da condenação de Rosa Grilo.

João de Sousa foi contratado pela defesa de Rosa Grilo como consultor forense, para coadjuvação na estratégia que visou ilibar a mulher das acusações de homicídio do marido.

A descoberta da bala não foi considerada pelo Tribunal de Loures que condenou Rosa Grilo à pena máxima de 25 anos. A Relação já corroborou a pena inicial, confirmando a condenação da mulher.

Mas aquela descoberta originou um novo inquérito, onde foram ouvidos os militares da GNR que foram à casa de Rosa Grilo na altura em que a bala foi encontrada.

Agora, foram ouvidos a advogada e o ex-inspector da PJ que acabaram por ser constituídos arguidos. Suspeita-se que eles terão “plantado” a bala para lançar a confusão na opinião pública, numa tentativa de condicionar o julgamento de Rosa Grilo.

Tânia Reis não prestou declarações perante a PJ e João de Sousa terá negado a prática dos factos, como destaca o CM.

“Acho pouco provável que tenha sido um erro dos meus ex-colegas na recolha de material. Mas os magistrados e inspectores também erram”, apontou o ex-PJ em declarações a este jornal.

A defesa de Rosa Grilo quer que o Supremo mande repetir o julgamento, numa última tentativa para a libertação.

António Joaquim, amante de Rosa Grilo, aguarda em liberdade para saber se a condenação do Tribunal da Relação de Lisboa decretada em Setembro passado se mantém. O oficial de Justiça tinha sido absolvido do crime de homicídio pelo Tribunal de Loures, mas acabou por ser condenado a 25 anos de prisão pela Relação. Aguarda a decisão sobre o recurso.

ZAP //

4 Comments

  1. Que há por aí muito Chico-esperto lá isso há, se quem está à frente na justiça não tiver um pouco mais de astúcia é certo que mais tarde ou mais cedo estaremos entregues apenas a malandros, que de gravata são piores ainda.

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