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ADSE pode falir em cinco anos

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Se as regras não mudarem, dentro de cinco anos a ADSE pode estar falida. Esta é a conclusão de um estudo encomendado pelo Conselho Geral e de Supervisão (CGS) que mostra que o sistema não será sustentável a curto prazo se se mantiver fechado, ou seja, sem a previsão de entrada de novos beneficiários.

Em causa está a manutenção de um cenário “invariante, em que foi analisada a evolução da situação financeira da ADSE sem alargamento, ou seja, mantendo-se a ADSE como um sistema semifechado em que só têm acesso a ela os trabalhadores com vínculo de emprego público”, especifica o estudo com as principais conclusões do estudo citado pelo Expresso.

Os cálculos feitos no documento tiveram em conta “um aumento anual da despesa por beneficiário de 3%, um valor que é cerca de metade do que se vinha a verificar, e uma subida de 1% na receita dos descontos por beneficiário portanto superior ao registado em 2017 que foi de 0,6%”.

Partindo destes números, o estudo concluiu que para este cenário “os custos com saúde (regime livre e regime convencionado) seriam, a preços correntes, em 2018, de 550 milhões de euros, em 2021, de 587,9 milhões e, em 2023, de 612,5 milhões”.

Tal como observa a TSF, e se o cenário na ADSE se mantiver, com cada vez menos contribuintes, mais velhos e a gastarem mais em cuidados de saúde, em 2023 a ADSE terá um défice estimado na ordem dos 20 milhões de euros.

100 novos beneficiários garantem o subsistema

O documento apresenta uma alternativa para “salvar” a ADSE: a entrada de 100 mil novos contribuintes trabalhadores do Estado com contrato individual de trabalho, que terão um universo estimado em 87 mil familiares dependentes que também usufruiriam deste subsistema (teriam os mesmos direitos mas sem contribuir com receita).

Estima-se que “no período de 5 anos, com o alargamento a 100 mil trabalhadores com contratos individuais de trabalho, a ADSE obteria com estes trabalhadores um excedente estimado em 80 milhões de euros (soma dos excedentes de todos os anos do período) a preços correntes”. E, além disso, “haveria ainda a acrescentar os excedentes resultantes do aumento da entrada de novos trabalhadores todos os anos”.

O documento nota que o alargamento da ADSE aos trabalhadores com contratos individuais de trabalho, “mesmo que não atinja o universo potencial máximo de 100 mil”, resultaria numa situação de sustentabilidade deste subsistema.

“Esse alargamento criaria excedentes que evitariam que se verificasse uma situação de insustentabilidade na ADSE pelo menos a médio prazo”, pode ler-se no mesmo reparo.

O documento faz outros reparos, nota a TSD, entre os quais revela que não há limite aos gastos por pessoa, isto é, aponta-se o caso de um beneficiário que gastou mais de 100 mil euros num ano e que contribuiu com apenas 700 euros.

O combate à fraude e aos consumos excessivos são ainda mencionados no estudo como fundamentais, sendo que se pede ao Governo que acabe com as cativações e permita uma gestão mais flexível. A ADSE tem uma reserva de 350 milhões de euros, mas não pode rentabilizar esta verba, pois foi obrigada pelo Governo a colocar o dinheiro no Instituto de Gestão do Credito Público.

ZAP //

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49 Comments

    • Também acho.
      Quero é tb poder descontar 3,5% para a ADSE e usufruir das vantagens.
      Estou farto de descontar 11%+23,75% do meu patrão.
      Comprei uns óculos de 160,00 Euros por que preciso, não é luxo, e a SS dá-me 1,46 €.
      Na ADSE a minha irmã comprou óculos por 190,00 € e recebeu 142,35 €.
      E nem falo dos meus dentes podres porque cada consulta são sempre mais de 70 euros.
      Os da ADSE pagam 3,9 € por uma limpeza.
      QUERO SER DA ADSE… e em vez de me descontarem 198,00 por mês, levem 63,00 que o que sobra dá para ir de férias….

      • Joca, não venha com ironias. Se não são ironias é desconhecimento. É que se você passasse a descontar 3,5% para a ADSE, continuaria a descontar o que já desconta para a Segurança Social – 11% + 23,75%.
        É que o que você desconta para a Segurança Social não é para a saúde. Aprenda de uma vez por todas.
        Tal como os funcionários públicos que também descontam como você, 11% para a CGA. Compreende agora, ou é preciso fazer um desenho?

      • Joca, continuando a ler o seu comentário, percebe-se que de facto você não está por dentro da questão. E a prova disso é quando diz que paga 70 euros por uma consulta no dentista e os beneficiários da ADSE só pagam 3.9 euros.
        Meu Caro, se você paga 70 euros, eu pago 380 ou 500 ou 700 ou mais, consoante o número de consultas a que tenha de recorrer durante o ano.
        E, mesmo reformado, pago antecipadamente, às vezes um, dois ou três anos antes, com a quota que o Estado me impôs. Entendeu agora?

        • Humm… olha pa eles a saírem da toca…. rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs E não são coelhos…. São uns coitadinhos… F P…. o que mais lamento na vida foi ter acreditado em mim e não viver à custa do OE.. Teria uma vida muito mais feliz se tivesse 30 dias de férias, fins de semana de 2 dias, alguém a defender-me sem eu me preocupar… Teria sido a opção certa, mas agora é tarde…. Uma coisa sinto, NUNCA VIVI À CUSTA DO ORÇAMENTO DE ESTADO… e NÃO, não estou dentro da questão.. Obrigado por me esclarecerem e ficar cada vez mais convicto que na verdade fui muito “naife” por acreditar em mim. Desculpem.

          • Joca, as minhas consultas sobre saúde são pagas por mim, não pelo Orçamento de Estado.
            As suas, no S. N. S. é que são pagas pelo Orçamento do Estado.
            Veja se entende de uma vez por todas.
            E quanto a viver À CUSTA DO ORÇAMENTO DO ESTADO, pense, mas pense bem, e veja como também vive à custa desse dito ORÇAMENTO.

          • Nem toda as pessoas neste país são como vc… Ainda existem portugueses que pagam para viver…. No meu caso, 13.200 euros de impostos diretos sobre o trabalho (IRS) e nem lhe digo quanto em indirectos. Vc deve saber o que é isso, ou não. Sabe qual é a n/ diferença? Eu sempre trabalhei com um objectivo, produtividade. Os “trabalhadores” do Estado vivem com outros objectivos, promoção automática, irresponsabilidade e cumprir o horário.. Fique bem, na sua imensa ignorância da vida real….

          • Caro Joca, não pense que só você é que sabe o que custa a vida. Nem julgue os outros tendo-se como modelo.
            Comecei a trabalhar com 13 anos de idade, no sector privado – construção civil. Recordo-me muito bem do que isso era na altura, muito mais difícil e penoso do que e hoje. Daí eu pensar que não será o Joca a dar-me lições de vida.
            Quanto a produtividade, não devemos seguir o estereótipo de que no funcionalismo público a produtividade não é objectivo ou até nem existe, porque existe e às vezes bem mais saliente do que se possa pensar. Mas isso de produtividade não deixa de ser também uma questão de conceito, o que às vezes não favorece uma definição precisa da questão.
            Quando o Joca diz que os objectivos dos”trabalhadores” do Estado (e escreve trabalhadores entre aspas) visão a promoção automática, irresponsabilidade e cumprir o horário, está a generalizar, o que lhe apouca a razão que possa ter. É que não podemos meter toda a gente no mesmo saco, entendeu? Sinto-me com legitimidade para o dizer, pois além de ter trabalhado no sector privado, também passei pela Função Pública. Entrei lá por concurso público, andei lá por dentro o tempo suficiente para saber como era. Subi na carreira, sempre através de concurso, passando a ocupar lugares de maior responsabilidade e consequentemente a ter vencimentos a condizerem. Mas trabalhei, trabalhei muitas vezes dando horas aos Serviços sem ser compensado por isso. E não era só eu a sujeitar-me a isso. Ainda hoje isso existe. Tenho-os na família a trazer trabalho para casa para que lá dentro as coisas andem tão depressa quanto possível. Também sei que houve e continua a haver quem foge ao seu dever, mas uma vez mais, não metamos todos no mesmo saco.
            Não culpe os TRABALHADORES do Estado pelas promoções automáticas. Isso deve-se unicamente a estratégias políticas para apanhar votos e, ao contrário do que se pensa, para poupar dinheiro ao Estado. Porque no meu tempo isso não era assim e tudo funcionava bem.
            E quanto a ignorâncias, fiquemos cada um com a sua. Eu não me sinto mal com a que tenho.
            Bom fim de semana.

          • Caro Joca, de novo, para concluir os meus retruques, quero referir-me à sua sugestão: que eu fique bem na minha imensa ignorância da vida real.
            Sei que sou ignorante em mais coisas do que aquelas em que não sou. Mas no que toca à aprendizagem da vida, os meus quase 80 anos de idade têm sido uma importante escola.
            De resto, no que toca às questões que suscitaram esta troca de pontos de vista, quem mostrou total ignorância foi o meu amigo. Mas não se aborreça por isso. É normal acontecer quando não estamos por dentro dos assuntos. O que não fica muito bem é desviarmo-nos do tema por falta de argumentos. Mas isso acontece a toda a hora.

          • Caro Joca, os meus últimos comentários dirigidos a si, em resposta ao seu, estão na coluna errada. Daí que o automático ZAP não os tenha dado a conhecer.
            Se tiver tempo, para ver por onde a nossa ignorância, passe novamente por aqui.
            E tenha um bom fim de semana.

          • Joca? Que raio de nome… Mas paga 13.200 euros de IRS sobre os rendimentos do trabalho! É sinal de que tem um salário de rico. No entanto parece que lhe custa largar 70 euros para tratar os seus dentes. E queixa-se! Coitado, deve ser do nome que lhe deram, ou do pseudónimo que escolher para não dar a cara.
            Tolos são estes missionários que se dispõem a esclarecê-lo. É que não vale a pena tanta pedagogia. É tempo perdido.

  1. O relatório deveria dizer “a ADSE já esta falida a 5 anos”, se não fosse o constnte injectar de vervas do estado, que nas contas são tidas como contribuições, a ADSE já tinha fechado à muito.
    Ou acreditam que é mesmo substentável?
    Nem com a pressão que o estado faz aos hospitais privados vai lá…

    • No final do tempo da “troika” foi afirmado com todas as letras que o aumento do desconto de 2.5 para 3.5 gerava excedentes, e até se presume que esse dinheiro esteja a ser usado Fora da ADSE, por isso Cuidado com essas bocas, que pretendem pintar quem paga quase 100 euros/mes (e alguns bem mais) para esta treta com se chupista se tratasse.
      Porventura é exactamente ao contrário!

    • Sr(a). Alves, ignorância é uma benção.
      A ADSE é que andou a financiar os buracos do defice e não esquecer o desfalque de 5milhoes de euros por um dos seus directores. Estas informaç~es estão nos diversos acordãos do tribunal de contas.
      “O relatório afirma, também, que o aumento da taxa de desconto para 3,5% gerou excedentes, financiados pelos próprios quotizados, que foram e continuam a ser usados para maquilhar as contas públicas.”
      (https://observador.pt/2016/06/15/adse-e-insustentavel-a-longo-prazo-diz-o-tribunal-de-contas/).
      Quando não se sabe, não se dá palpites…….

  2. Mas… o que está a acontecer caro mentiroso COSTA?
    Porque a esquerda no Governo não altera as condições para todos os cidadãos deste País? ou ADSE ou Sistema de Seg Social?
    Cambada de Aldrabões e chulos … parecem todos com o cara Calabote. Lembram-se?

    • Caro Zé-Povinho, também você a confundir tudo. Que raio de comparação você quer fazer? A função da ADSE não é a mesma nem se equipara à da Segurança Social. A ADSE suporta a assistência na doença dos trabalhadores do Estado. À Segurança Social cabe atribuir subsídios de doença, fundo de desemprego, rendimento mínimo, pensões de sobrevivência e, finalmente, reformas.

      Por que será que tanta gente gosta de falar do que não sabe?

  3. Não digo mais nada. Com tanta asneira vinda das bocas do Mark, do João, do Alves e do Zé-Povinho fica provado que vivemos num país de ignorantes que julgam saber tudo. Valha-me Deus!

  4. POdera como é que não está FALIDA, isto é o beneficiário, mais familiares toda a gente beneficia da ADSE. Assim Não há sistema que aguente. Quem se lixa sempre é quem trabalha p/ os privados que em comparação c/ os da ADSE sempre foram penalizados em TUDO e ainda andam “disfarçadamente” a beneficiar os da ADSE. Sim porque a ADSE só ainda não faliu porque o EStado (todos nós trabalhadores) é que estamos a injetar p/ lá dinheiro. Politicos de caca. Razaõa tem os países nórdicos quando dizem mal dos portugueses (só se esquecem é que não são todos- são os politicos e seus compinchas).

    • Ó faro, você está a brincar, não? É que está a dizer tudo ao contrário. Se você trabalha para os privados, teve sempre o SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE para o servir.
      Quem anda a beneficiar o resto da população de que você faz parte, é quem desconta para a ADSE, aonde o Estado vai buscar milhões para tapar buracos.
      A ADSE é dos seus beneficiários, não é do Estado, embora tenha sido o Estado a fundá-la em 1963. Porque até aí os funcionários públicos não tinha assistência, enquanto os do sector privado já a tinha há muito, através das caixas de previdência.
      Se é crente, reze para que a ADSE nunca acabe, porque se ela acabar o S. N. S. irá contar com mais umas centenas de milhar largas daqueles que hoje têm a ADSE. E se o S. N. S. já está a rebentar pelas costuras, depois vai rebentar mesmo. E aí, ao contrário do que pensa, você sairá bem prejudicado.

  5. Ninguém é obrigado a saber de tudo, mas pode ter opinião, nem que diga a maior asneira…
    Alguns anos a esta parte, a ADSE apenas é financiada com 3,5% do vencimento do trabalhador, como um seguro de saúde.
    O que o pode tornar insustentável, é o uso, por parte de alguns beneficiários e prestadores, de forma menos correta.

    • Caro Manuel, se quer dizer que só há alguns anos é que os descontos para a ADSE passaram a ser de 3,5%, está correcta a sua afirmação. Porque descontos sempre existiram, e obrigatórios, desde a fundação desse organismo, em 1963.

  6. joca, esses 11% que desconta para a SS são um único desconto, os funcionários públicos para além do desconto para a CGA ainda têm de descontar 3,5% para a ADSE. eu nem sou funcionário público, mas esta é a realidade, eles descontam mais.

  7. Estamos a discutir o sexo dos anjos.
    Se a ADSE é tão má para os Func Publicos porque os mesmos não optam pelo SNS?
    e assim acabamos com todos oa mamões e Chorões deste Pobre Pais.

    • Ó Zé Nabo, quem disse que a ADSE é tão má para os funcionários públicos? Não invente!
      E tal como as coisas existem, os mamões não têm a ADSE, têm o S.N. S. para o qual quem desconta para a ADSE também contribui para ele.
      Quanto aos chorões, está a referir-se a quem, a si? É que aos beneficiários da ADSE não faz sentido.

  8. Será interessante ler o último parágrafo da notícia “A ADSE tem uma reserva de 350 milhões de euros, mas não pode rentabilizar esta verba, pois foi obrigada pelo Governo a colocar o dinheiro no Instituto de Gestão do Credito Público.” Se isto não acontecesse a ADSE não viria a estar em dificuldades. Devolvam o que lhe é devido e administrem bem todas as contribuições que lhe chegam dos funcionários públicos.

  9. A ADSE é um sistema extremamente importante. A sua viabilidade depende da entrada e MAIS DINHEIRO e, talvez de mais alguns beneficiários, assim como a devolução por parte do Governo, daquele dinheiro que lhe foi ROUBADO.
    Mais dinheiro consegue-se estabelecendo um limite razoável de acesso a serviços de saúde(para o caso dos familiares usufruírem da ADSE o titular pagaria um aditamento à sua contribuição – tal como nos seguros) e ao pagamento de uma taxa, por consulta igual à praticada pelo SNS – e não 3,90€.
    Mas o problema principal da ADSE é a “inveja” que suscita aos grupelhos esquerdistas que sonham com a igualdade medida “por baixo”.

  10. O que quer dizer ADSE? Não é “Instituto Público de Gestão Participada”, participada por quem? Só pelo governo? É que, se está a ser mal gerida, há que mudar o(s) gestor(es), caso contrário é mais uma que vamos ter de aguentar.

  11. A ADSE não é sustentável. Estou farto de dizer isto. A população envelhece e necessita de mais cuidados médicos e durante mais tempo (a par do envelhecimento da população temos igualmente uma maior esperança média de vida). A população ativa que suporta este subsistema é menor e muitos nem sequer aderem à ADSE (é opcional e muitos não querem prescindir com 3.5% dos seus rendimentos). Também atualmente os salários médios que comportam esse sistema (dos novos contribuintes) é menor. Logo, se temos mais gente a utilizar, durante mais tempo e com encargos incomensuravelmente maiores para o sistema, sem que as entradas sejam proporcionais a esse aumento, só pode acontecer uma coisa: Rebentar!

    • Parabéns pelo excelente comentário. Parece-me o único com as ideias devidamente arrumadas aqui neste rol de comentadores

  12. Imagine que eu estou desempregado sera que tenho direito a ADSE ? Ena pa se nao desconto nao tenho direito é isso? … bem prefiro o sistema nacional de saude … saude pra todos e nao so para alguns …respeito a opiniao de quem quer um seguro de saude mas vao ter que descontar pra os dois sistemas o publico e o seguro de saude

    • Caro Mark, que confusão vai na sua cabeça. Se você é do sector privado e estiver desempregado tem o direito à saúde quer sempre teve, o S. N. S.
      Para o S. N. S. ninguém desconta. é gratuito.
      Para ser beneficiário da ADSE é necessário descontar. Mesmo os reformados, que já não trabalham, têm de descontar para a ADSE para beneficiarem dela.
      Já lhe expliquei isto no 1º comentário.
      Não pense, porém que a ADSE é o céu para os funcionários públicos. Ela foi criada tentar dar aos funcionários públicos os direitos que os privados já tinham com a assistência nas Caixas de Previdência. Até aí os funcionários do Estado dó tinham direito ao tratamento na tuberculose, para que também já descontavam especificamente.

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