Ementas em papel começam a reaparecer “em força” porque muitos clientes queixaram-se da inovação tecnológica.
Falar sobre códigos QR em restaurantes não é propriamente uma novidade.
A COVID-19 “espalhou” esse sistema e há algum tempo que muitos espaços, incluindo em Portugal, adoptaram-no: o cliente chega, pega no telemóvel, aponta para o código e vê a ementa. Não há papel.
Se calhar, o que será novidade para alguns leitores é partilhar que há restaurantes que já estão a desistir desse sistema.
O The New York Times avança que muitos restaurantes nos Estados Unidos da América estão a abandonar o código QR e a voltar a ter ementas em papel.
Essa “inovação gastronómica que parecia o futuro” nos restaurantes, afinal, já está a aproximar-se de ser uma recordação dos tempos da pandemia.
Porquê? Porque os donos de restaurantes e os próprios clientes acham que a tecnologia tira um pouco a alegria da refeição, segundo o jornal.
Os códigos QR são “quase universalmente odiados”, resumiu Kristen Hawley, responsável pelo sistema num restaurante.
Mesmo os espaços que ainda têm códigos QR estão a ter pouca procura por parte dos clientes.
Há uma explicação social: muitos clientes não querem pegar no telemóvel quando estão à mesa. Ou porque pode ser um pouco indelicado para a(s) outras(s) pessoa(s), ou porque pode perturbar a refeição – embora os “viciados no ecrã” não se preocupem com isso.
Ou seja, o código QR é uma espécie de “antítese do romance”, como descreveu um proprietário do restaurante: impede o diálogo.
Também há a questão da idade: muitos clientes mais velhos não sabem usar (ou nem têm telemóveis que leiam o código).
Além disso, a nível mais técnico, começaram a surgir preocupações em relação à privacidade dos dados do cliente, acrescenta o Insider.
Versão diferente tem Benjamin Claeys, director-executivo de uma empresa de software que produz códigos QR: “As vendas subiram 37,6% no primeiro trimestre deste ano. Os menus em código QR vieram para ficar“.
A mania dos códigos QR é discriminatória: quem não tiver um smartphone (as pessoas mais velhas, por exemplo) ou não tiver a app de leitura QR ou tiver o azar de ficar sem bateria no caminho para o restaurante fica limitado no acesso a um serviço que deve ser livre e universal: comer.
Código QR é o futuro. Além do mais ainda ten formas de fazer o pedido e pagar por lá. O futuro tá aí, quem não se adaptar fica para trás
O futuro é o que nós quisermos que seja. Quem diz ter certezas é ignorante, tolo ou é parte interessada naquilo que diz inevitável.
O código QR torna a ementa mais difícil de ler e partilhar, além de ser mais uma forma de controlar onde andamos, o que vemos e o que escolhemos. A malta já passa demasiado tempo na porcaria dos telemóveis, não precisa de mais pretextos.
Como é que podem querer que se consulte o menu por via digital, se o próprio Estado Português é incapaz de criar um sistema de controle e gestão próprio assim como a respectiva aplicação sem recolha de qualquer tipo de dados ou permissão de acesso ao conteúdo do telemóvel inteligente («smartphone» em Inglês)?
Os menus digitais seriam óptimos para controlar os criminosos da restauração e bebidas que burlam os clientes, cobram preços que não correspondem ao que está na tabela do estabelecimento, ou de manhã custa x e à tarde já custa y.
Não me parece que o estado, deva, ou tenha que pôr a mão nas ementas. Não me parece fiscalmente relevante e existem muitas outras coisas para o estado fazer antes de se ter que preocupar com este assunto onde empresas nacionais já dão cartas.
O Estado não só tem de intervir como também de fiscalizar os criminosos da Restauração e Bebidas, que para além de não terem perfil para a profissão, praticam preços que não correspondem ao valor correcto (o que é ilegal), são vigaristas e cospem no dinheiro do cliente, lavam dinheiro, e o serviço junto com aquilo que vendem é mal-educado, péssimo, medíocre, parolo, e de má-qualidade, muitas vezes com produtos adulterados ou estragados que são servidos ao cliente.
Uma medida que deveria sr implementada como obrigatória é o pagamento digital (Cartão Multibanco ou «MB Way») de qualquer valor e automaticamente ser atribuído o número de contribuinte, com os dados da operação a serem imediatamente inseridos no sistema e enviados para as Finanças.
Tu és tolo de todo
Concordo. É.uma forma eficaz de combater a economia subterrânea que vem funcionando muito bem na restauraçào
Eu limitei-me a sair do restaurante e a escolher outro. De qualquer forma, não poucos tinham a alternativa em papel e, em alguns “cantaram-me” o menú.
Tenho este péssimo hábito de reagir a tudo o que me é imposto, principalmente se a razão for absurda.
O ódio vem apenas de pessoas que não percebem nada de tecnologia ou gostam de complicar algo tão simples. Não há qualquer problema em ver um simples menu de restaurante através do telemóvel. Seja por código QR ou fotografia no Google. Ainda assim os restaurantes podem fornecer em ambos os formatos.
O único problema que existe é o facto do Estado não desenvolver um sistema Nacional que deveria ser usado por todos os estabelecimentos de restauração e bebidas, e uma aplicação de leitura do código qr pelos clientes que desejassem consultar por via digital o menu mas que não recolhesse ou acedesse a qualquer tipo de dados armazenados ou funcionalidades no telemóvel inteligente.
Se repararem, nenhuma aplicação precisa de aceder aos dados ou funcionalidades do telemóvel para funcionar, quem disser o contrário está a mentir, e enquanto não acabarem com isso as pessoas não aderem, porque motivo uma aplicação precisa, por exemplo, de ler as mensagens, ver as fotografias ou imagens, ou utilizar o microfone ou a câmara do dispositivo?