Perderam familiares e estão reféns do Hamas desde 7 de outubro de 2023. Devem ser libertados no domingo.
O cessar-fogo aprovado pelo Hamas e Israel que chegou esta semana prevê a libertação de 33 reféns por parte do grupo palestiniano. 3 deles têm nacionalidade portuguesa.
Or Levy e a mulher, Eynav Levy, tinham acabado de chegar ao festival Supernova quando o Hamas invadiu o espaço naquele que foi o ataque que reacendeu a guerra com Israel, que se prolonga há 15 meses.
O casal tem um filho, Almog Levy, que está a viver com os avós.
A mulher de Or Levy morreu durante o ataque, considerado o massacre civil mais mortífero da história de Israel, conta o DN, mas o português com dupla nacionalidade, na casa dos 30 anos, foi capturado e levado para Gaza pelo grupo terrorista, que gravou um vídeo seu no próprio dia.
Já Ofer Calderon, de 53 anos, também vítima do ataque do Hamas refém do grupo, pediu nacionalidade portuguesa em setembro de 2021. O processo foi agilizado e a nacionalidade foi concedida por Portugal depois de Ofer ter sido capturado. Isto porque esteve em cima da mesa a possibilidade de libertação de reféns com dupla nacionalidade, o que acabou por não acontecer.
Ofer tinha solicitado nacionalidade por ser sefardita, nome dado aos judeus descendentes das antigas e tradicionais comunidades judaicas da Península Ibérica.
Os seus dois filhos, Sahar e Erez, tinham também sido sequestrados, e acabaram por ser libertados no final de novembro de 2023.
Tsahi Idan está na casa dos 40, tem nacionalidade portuguesa e a sua mulher, Gali, já contou o seu testemunho a canais internacionais, como a BBC.
A família, com quatro filhos, nem sequer estava no festival de música que foi alvo do ataque. Estavam em casa quando o Hamas a invadiu. O grupo terrorista matou a filha mais velha da família, Maayan, que tinha 18 anos.
Depois, sequestraram o pai. A mãe descreve tudo:
“Tsachi agarrou-se à porta e não os deixou abri-la”, conta à BBC. “Não tinha fechadura e os miúdos estavam a gritar e havia um caos louco dentro da sala. Maayan viu que [os terroristas] tinham conseguido abrir a porta só um bocadinho. E então saltou e ajudou Tsachi a agarrar a porta”.
“Eles estavam a gritar ‘não vamos disparar’, e depois dispararam. Tsachi gritou ‘quem é que foi atingido, quem é que foi atingido? E era Maayan. Ela caiu ao seu lado, e depois o Hamas conseguiu abrir a porta.”
“E o Tsachi está destroçado. Viu a sua filha morrer, viu-a levar um tiro na cabeça e morrer ao seu lado. A sua filha que tinha acabado de celebrar o seu 18º aniversário. A casa está cheia de balões, de parabéns e… e de sangue”, conta a mãe.
Enquanto levavam o seu marido, a filha mais nova gritava pelo pai. A promessa dos terroristas foi: “Ele vai voltar, vai voltar”. 15 meses depois, deve regressar a casa.
Guerra no Médio Oriente
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