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Acesso às grutas mais populares do Algarve pode vir a ser pago

photo2go.albufeira / Flickr

Grutas de Benagil, em Lagoa, no Algarve

A famosa e enorme abertura na parte superior, por onde entram os raios solares, diferencia este local algarvio. Não se chega lá por terra, só por água e, neste momento, sem quaisquer restrições — mas tudo pode mudar em breve.

O Governo criou um grupo de trabalho para definir as condições de acesso às Grutas de Benagil, no Algarve. O espaço natural tem visto um crescimento exponencial do turismo e é agora o foco de vários organismos estatais que procuram estabelecer regras que visam preservar a sua integridade e segurança, avança o Público.

Em 2010, havia 120 licenças marítimo-turísticas para a região, número que subiu para 528 no último ano — uma saturação de visitantes tem sido considerada “caótica” por várias entidades. Atualmente, o acesso às grutas é livre, mas o grupo de trabalho surge com o intuito de alterar essa situação.

Coordenado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, o grupo tem sete objetivos principais. O estabelecimento de novas regras para o acesso às Grutas de Benagil — entre as 10 mais populares da Europa — torna-se imperativo face ao aumento descontrolado do número de visitantes, alerta o novo grupo de trabalho.

O mais imediato é definir a “capacidade de carga humana” que as grutas podem comportar, levando em consideração fatores como a estabilidade da estrutura e segurança dos visitantes. Será ainda determinado o tipo de embarcações autorizadas e as condições em que o acesso poderá ser feito.

As novas regras poderão ter um impacto significativo tanto para os turistas como para os operadores turísticos locais. O Presidente da Câmara de Lagoa já havia referido que, devido à covid-19, a praia de Benagil chegou a ter um limite de 80 pessoas, mas que agora acolhe centenas de visitantes simultaneamente. Uma taxa única de acesso faz parte das possibilidades abrangidas pelas novas medidas.

O grupo é composto por representantes de várias secretarias de Estado e organismos como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Têm até ao final do ano para apresentar as suas conclusões, e os representantes devem ser indicados num prazo de dez dias a partir da publicação do despacho que formaliza a criação do grupo.

O desafio agora é encontrar um equilíbrio que satisfaça todas as partes envolvidas, assegurando que as grutas continuem a ser uma atração turística sustentável.

ZAP //

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