Acabou-se. Dança do ventre proibida nas igrejas dos Açores

Frank Kovalchek / Flickr

-

O secretário regional da Educação e Cultura dos Açores garantiu esta quinta-feira aos deputados da região que não se repetirão nas igrejas que pertencem ao Governo açoriano espetáculos de dança do ventre ou semelhantes, como ocorreu em Angra do Heroísmo.

“Na Igreja de Nossa Senhora da Guia não se repetirá um espetáculo semelhante”, frisou, estendendo o compromisso a outros locais de culto na posse do executivo açoriano.

Avelino Meneses falava na Comissão de Assuntos Sociais do parlamento dos Açores, no âmbito da discussão de um requerimento do PSD que pedia a verificação do cumprimento do protocolo assinado entre a região autónoma e a Diocese de Angra e da Concordata de 2004.

Na origem do pedido está um espetáculo de “dança oriental” que decorreu, a 30 de agosto, na referida igreja, propriedade do Governo Regional e gerida pelo Museu de Angra do Heroísmo, mas “detida pela Ordem Terceira de São Francisco”.

O bispo de Angra e o presidente do Governo Regional já disseram, entretanto, que faltou “bom senso” na organização do espetáculo.

Avelino Meneses reiterou que houve falta de “bom senso” no Museu de Angra do Heroísmo, mas disse não acreditar que se tivesse tratado de uma “provocação” e lembrou que apesar de existir um protocolo e uma concordata, que indicam que todos os eventos realizados na Igreja de Nossa Senhora da Guia carecem de autorização eclesiástica, nunca esse procedimento foi adotado, sem problemas até à data, porque reinou o bom senso.

Ainda assim, garantiu que a partir de agora o protocolo “vai ser cumprido como nunca aconteceu no passado”, mas considerou que seria um “retrocesso civilizacional” se a Igreja de Nossa Senhora da Guia ficasse reservada apenas às manifestações litúrgicas da Ordem Terceira de São Francisco.

O secretário regional frisou que já foram definidas as linhas dos programas socio-educativos dos museus, bibliotecas e arquivos da região, alegando que estas instituições não se podem converter em “meras fábricas de eventos”, sem respeito pela sua “missão institucional”.

O deputado do PSD António Ventura questionou ainda o governante sobre um alegado aluguer da Igreja de Nossa Senhora da Guia à Ordem Terceira de São Francisco, com pagamentos em dinheiro e sem recibo ao diretor do Museu de Angra do Heroísmo.

Avelino Meneses disse que a Direção Regional da Cultura decidiu abrir um inquérito, no dia 03 de outubro, para apurar as denúncias feitas na comunicação social.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.