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Abrir uma garrafa de plástico pode libertar milhares de microplásticos

Atos simples, como abrir uma garrafa de plástico ou partir uma embalagem do mesmo material em pedaços, podem ser suficientes para libertar milhares de microplásticos para o ambiente, sugere uma nova investigação.

Tal como o nome indica, os microplásticos são plásticos muito pequenos, com uma dimensão entre 0,001 e 5 milímetros, sendo geralmente produzidos quando detritos maiores de plástico são partidos ou despedaçados.

Estes pequenos fragmentos de plástico existem às toneladas no oceano, ameaçando diretamente a vida marinha, uma vez que entram na cadeia alimentar. O Homem, que se alimenta de peixes e outros produtos oriundos do mar, acaba também por ser afetado por estes plásticos, não se sabendo ainda qual o seu real impacto na saúde.

“O plástico está em toda a parte e entra nas nossas vidas diárias – e os microplásticos podem também lá estar”, disse, Cheng Fang, na Universidade de Newcastle, na Austrália.

Fang e a sua equipa levaram agora a cabo uma investigação para perceber como é que itens plásticos comuns utilizados no dia-a-dia, como sacos, garrafas e embalagens podem produzir microplásticos, conta o portal New Scientist.

Recorrendo a uma balança super-sensível, capaz de detetar pesos tão baixos como um nanograma, os cientistas recolheram e mediram os microplásticos que pousavam na sua superfície quando um objeto comum de plástico era manuseado.

Os resultados revelam que entre 10 a 30 nanogramas de microplásticos foram libertados durante a abertura de materiais compostos por estes materiais, o que equivale entre 14.000 e 75.000 partículas microplásticas individuais.

Os números, alertam os cientistas, podem ser ainda mais elevados, uma vez que uma quantidade de partículas libertada pode permanecer no ar.

“Esta descoberta envia-nos um aviso importante (…) Podemos precisar de assumir a nossa própria responsabilidade neste tema e trabalhar juntamente com a indústria para reduzir os microplásticos”, alertou Fang.

“Gostaríamos de dizer que estamos surpresos e chocados com os resultados mas, infelizmente, não estamos. Agora estamos a perceber que os microplásticos estão literalmente em toda a parte (…) Agora é crucial trabalharmos para descobrir os efeitos destas partículas na saúde humana e reduzir o uso desnecessário de plástico”, rematou Christian Dunn, cientista da Universidade de Bangor, no Reino Unido.

Os resultados da investigação foram recentemente publicados na Nature Scientific Reports.

ZAP //

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