Líder do Chega anunciou – outra vez – que o partido vota contra o Orçamento do Estado. Mas um acordo com Pedro Nuno trocaria as contas.
André Ventura anunciou nesta terça-feira que o Chega vai votar contra o Orçamento do Estado para 2025, na generalidade.
Repetindo a palavra “irrevogável”, mas Ventura repetiu o voto contra porque acha que o documento é “uma fraude e um logro” a nível de impostos.
O deputado acha que a proposta do Governo “paga a descida sobre impostos do rendimento com impostos sobre o consumo”.
“Por não cumprir com o dever da direita e pela traição aos valores e aos portugueses, votaremos CONTRA este Orçamento do Estado!”, escreveu Ventura.
No entanto, muitos analistas (e provavelmente os próprios deputados dos outros partidos) vão ficar à espera do dia da votação para ver o voto da bancada parlamentar do Chega.
Para já, também ficam à espera do anúncio do PS sobre o mesmo assunto. Os socialistas vão tomar essa decisão na próxima segunda-feira, durante uma reunião da comissão política nacional do partido.
Acordo Ventura-Pedro Nuno?
Na rádio Observador, Mafalda Pratas Fernandes sugeriu que André Ventura está “de cabeça perdida e genuinamente não sabe qual é a melhor estratégia” para o Chega.
Se votar contra, vai manter-se como “o centro das atenções, uma voz muito anti-sistema e contra o Orçamento”. Porque pensa nos eleitores que dizem que “se votam a favor, mais vale votar PSD” nas eleições.
Por outro lado, também se votar contra e houver eleições antecipadas, é muito provável que perca muitos votos.
Para Mafalda, o melhor que Ventura teria a fazer seria um acordo com Pedro Nuno Santos: “Reunião à porta fechada, e combinavam que o PS votaria contra e o Chega a favor” da proposta de Orçamento do Estado.
“Assim, ambos provavelmente estariam mais bem colocados: André Ventura, no fundo, daria um abraço de urso a Luís Montenegro, contra a sua vontade; Pedro Nuno Santos permaneceria como oposição de esquerda“, comentou a especialista, ainda antes do mais recente anúncio de Ventura.
Porque, nesta fase, “nem um nem outro sabem o que fazer, não confiam nas palavras públicas do outro“.
“Só com reunião em privado e acordo assinado; caso contrário será muito difícil prever o que estes dois políticos impulsivos vão fazer; podem surpreender todos no momento da votação”, avisou Mafalda Pratas Fernandes.
Mas algum político acredita no André Ventura?
Fazer um acordo com o André Ventura seria um suicídio político.
Para André Ventura, o que hoje é verdade, amanhã é mentira e vice-versa.
Estranho a uns anos atrás ouvia os mesmos comentários em relação ao PS e PS 2.0 (PSD). Ainda bem que hoje apenas o AV não é confiável todos os outros transformaram-se em ícones da verdade e sabedoria agora sim o progresso de Portugal é iminente. Começo a acreditar que o tuga é masoquista, e o que não é emigra.