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As abelhas obreiras matam a sua rainha se esta acasalar com dois machos

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As abelhas rainhas sem ferrão correm um maior risco de ser executadas pelas abelhas operárias se acasalarem com dois machos em vez de um, revelou um estudo.

A investigação, conduzida por cientistas da Universidade de Sussex, no Reino Unido, e de São Paulo, no Brasil, revela que existem várias razões que podem levar a colónia a virar-se contra a rainha, mas a principal estará associada a uma baixa qualidade na descendência.

De acordo com a publicação, um fator determinante para a eventual morte da rainha estaria associado à genética da determinação do sexo e o risco de ocorrer um “emparelhamento correspondente” – situação que acontece quando o alelo sexual masculino é o mesmo que um dos dois alelos da abelha rainha, nota o Science Daily.

O espécime de um ovo de abelha pode tornar-se masculino ou feminino dependendo de uma posição genética, o locus da determinação sexual.

Os machos comuns surgem de um óvulo não fertilizado e só têm um conjunto de cromossomas da progenitora: ou seja, só possuem um alelo sexual. Caso o óvulo seja fertilizado, o espécime terá dois conjuntos de cromossomas, um de cada progenitor.

Os alelos sexuais são diferentes quando se trata de uma fêmea e, caso sejam iguais, trata-se de um macho diplóide – uma abelha que nemé obreira, nem se pode reproduzir. Na prática, estes machos diplóides são inúteis para a colónia.

A rainha, recorde-se, é a única na colmeia capaz de se reproduzir, as obreiras são inférteis.

Num “emparelhamento pareado”, 50% dos óvulos fertilizados com o espera de um macho podem ser machos diplóides e, se uma rainha estiver emparelhada com dois machos em simultâneo, é duas vezes mais provável que produza estes espécimes.

Quando aparecem machos diplóides, as obreiras de uma colónia percebem que algo não está bem e, por norma, acabam por matar a sua rainha pouco depois.

Os resultados da investigação foram esta semana publicados na revista científica especializada American Naturalist.

ZAP //

 

16 Comments

      • Pois… argumentos é que nem vê-los. Essa suposta autoridade moral de certos valores não basta por si mesma. E o amigo bem o demonstra com a falta de argumentos típica de quem come o que lhe dão.

      • Referi padrões morais, no entanto temos de ser melhor que os animais no que toca às acções, ou neste caso, punições.
        Ninguém está isento de, estando casado, desejar outra pessoa.
        Mas daí ao acto vai, como disse, um padrão moral.
        Os desejos passam, mas o matrimónio, e o alicerce familiar que ele representa, começando nas crianças que sofrem com más condutas dos seus pais, como a praga da infelidade, deve ser preservado.
        A sociedade cada vez mais defende, incentiva e normaliza a excepção à regra, e ridiculariza a monogamia.

      • Já agora, não defendo alguma punição severa para o adultério, como existem noutros países.
        Ele não consta crime no código penal português, mas creio que poderia haver um artigo no que respeita à Comunhão total de bens.

      • Está a ver que até conseguiu arguir bem a sua dama! O problema é que os valores familiares não são propriamente iguais nas diferentes culturas e o querer avaliar as culturas que nos são distantes pelos nossos próprios padrões tem um nome: etnocentrismo. É algo muito em moda como se fossemos donos da razão apenas porque os nossos valores são pretensamente superiores como resultado de se encontrarem mais generalizados nos países desenvolvidos. As culturas dos outros são como que algo marginal. Neste caso concreto acho que cada modelo de sociedade poderá defender o que bem entende e seja aceite pela maioria que a compõe. Afinal posso sempre fazer-lhe a pergunta: e se a abelha rainha andasse metida não com dois machos mas com outra fêmea?

  1. Seria interessante corrigir a reportagem, pois a ilustraram com uma imagem de APIS MELÍFERA e a reportagem oficial, cujo Link baseia a esta, trata de “ABELHA SEM FERRÃO” ou “MELÍPONAS”. São espécies totalmente diferentes, de comportamentos totalmente diferentes
    As “MELÍPONAS” são um conjunto extremamente diverso de abelhas nativas ou indígenas, típicas de cada região do Brasil, uma bem comum para ilustrar é a Jataí.

  2. É importante que se corrija as imagens que constam no texto pois as mesma sao de abelhas com ferrao do genero apis as sem ferrao sao do genero meliponas.

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