A noite mais longa e negra de Kharkiv: 21 mortos e 112 feridos

Sergey Kozlov / EPA

Forças russas estarão a enfrentar mais resistência na cidade do expectado, devido à proximidade do território com a Rússia.

A cidade de Kharkiv, considerada a segunda maior da Ucrânia, está sob ataque pelas forças russas que há dias permaneciam nas suas imediatas. Ao início da última noite, o tocar contínuo das sirenes avisava a população para a eminência de raides aéreos, os quais se virem a confirmar. A entrada na cidade de algumas forças russas aconteceu precisamente pelo ar, através de pára-quedistas.

Após a aterragem, e segundo o jorna britânico The Guardian, iniciaram-se os combates com as tropas ucranianas no local. Durante os confrontos, um hospital militar foi atacado pelas tropas russas. Segundo os dados oficiais, a cidade de Kharkiv tem cerca de 1,5 milhões de habitantes e fica a 40 quilómetros da Rússia.

O governador da Administração Estatal Regional de Kharkiv, Oleh Synegubov, anunciou que todos os ataques “foram ocupadas” e que o “inimigo russo sofreu perdas significativas“.

De acordo com algumas fontes, a estratégia das forças russas poderá passar por transformar Kharkiv numa nova Donestk – que, há poucos anos, as forças separatistas e pró-Rússia chegaram a tomar a câmara municipal e a anunciar a República do Povo de Kharkiv.

Ao longo do dia de ontem, os ataques também se sucederam, com Volomymyr Zelensky a aproveitar a sua intervenção na sessão do Parlamento Europeu para denunciar a ofensiva contra a cidade e que contou com o lançamento de dois mísseis cruzeiros, um dos quais atingiu a “maior praça do país”. “Chama-se Praça da Liberdade e é a maior do nosso país. Podem imaginar mísseis cruzeiro a atingir essa praça?”, exaltou o presidente ucraniano.

Ainda segundo o The Guardian, o objetivo seria matar o governador regional e os elementos da sua equipa. Zelensky descreveu o ataque como um “ato de terrorismo” por parte das tropas russas. “Ninguém vai perdoar. Ninguém vai esquecer.”

De acordo com o Observador, Kharkiv é, de entre as maiores cidades ucranianas, a mais próxima da Rússia. Sendo esse um dos fatores que levam alguns analistas de guerra a justificar a atenção que lhe tem sido dada pelas tropas russas. Simultaneamente, a população fala, na sua maioria, russo, sendo frequente o cruzar da fronteira para visitar família ou fazer negócios.

Estes dados poderiam levar as elites militares russas a considerar que enfrentariam pouca resistência na cidade, algo que não tem vindo a acontecer.

ZAP //

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