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A Internet pediu a Obama a reforma da espionagem

Pete Souza / Whitehouse

Barack Obama (foto: Pete Souza / Whitehouse)

Barack Obama (foto: Pete Souza / Whitehouse)

Os líderes de gigantes da internet como o Google, Yahoo, Twitter e Facebook, pressionaram hoje o Presidente dos EUA, Barack Obama, a reformar as práticas das agências de espionagem, reforçando o descontentamento já expressado por aliados e tribunais.

Barack Obama reuniu-se com um grupo de empresários e executivos das mais emblemáticas empresas de Silicon Valley, com as quais passou duas horas a discutir as operações clandestinas de recolha de informações por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em Inglês), designada PRISM, revelou um dos participantes na reunião.

Os empresários receiam que as operações da NSA tenham ultrapassado os limites constitucionais e infringido a privacidade dos seus clientes e utilizadores, nos EUA e no estrangeiro, e possam também fazer-se sentir negativamente nas suas contas de exploração.

“Apreciamos esta oportunidade para partilhar directamente com o Presidente os nossos princípios sobre a vigilância governamental”, disse um dos participantes na reunião, especificando: “Pedimos-lhe que fosse agressivo na reforma” da NSA.

As conversações focaram-se em mudanças no Tribunal de Vigilância de Informações do Estrangeiro, que supervisiona a espionagem clandestina, a legislação sobre a privacidade eletrónica e outras questões legais.

No encontro participaram, entre outros, Sheryl Sandberg, do Facebook, Tim Cook, da Apple, Marissa Mayer, do Yahoo, Eric Schmidt, do Google, e Dick Costolo, do Twitter.

Na última semana oito das principais empresas de tecnologia norte-americanas apelaram para a reforma da legislação sobre vigilância, depois de revelações sobre a prática de espionagem ‘online’.

A reunião acontece também um dia depois de um tribunal ter decidido que a recolha de chamadas telefónicas pela NSA violava a privacidade e era provavelmente inconstitucional, na que foi a primeira pancada legal no programa.

O encontro ocorre ainda quando Obama está a analisar as conclusões de um painel de revisão dos serviços de informação, que constituiu para obter recomendações de mudanças na espionagem, depois das revelações de Edward Snowden, um analista de informações que está em fuga e a quem a Federação Russa concedeu asilo temporário.

A lista de participantes:

· Tim Cook, Apple
· Dick Costolo, Twitter
· Chad Dickerson, Etsy
· Reed Hastings, Netflix
· Drew Houston, Dropbox
· Marissa Mayer, Yahoo!
· Burke Norton, Salesforce
· Mark Pincus, Zynga
· Shervin Pishevar, Sherpa Global
· Brian Roberts, Comcast
· Erika Rottenberg, LinkedIn
· Sheryl Sandberg, Facebook
· Eric Schmidt, Google
· Brad Smith, Microsoft
· Randall Stephenson, AT&T

O Presidente norte-americano deve fazer um discurso, em janeiro, sobre reformas nos serviços de informações.

Edward Snowden divulgou hoje uma carta ao Brasil, prontificando-se a ajudar nas investigações brasileiras à espionagem feita pelos EUA.

No documento acrescentava que precisaria de refúgio para isso, o que foi interpretado como um pedido de asilo ao Brasil.

“Estes programas nunca foram sobre terrorismo. São sobre espionagem económica, controlo social e manipulação diplomática”, escreveu Snowden, sintetizando: “São sobre poder.”

A revelação de documentos por parte de Snowden causou fortes embaraços a Washington, geraram desconfiança de muitos aliados em relação aos norte-americanos e aumentaram o questionamento sobre o equilíbrio entre privacidade individual e a batalha contra o terrorismo na sociedade dos EUA.

ZAP/Lusa

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