Um grupo de cientistas conseguiu modificar plantas de tabaco, para produzir creatina – um composto importante para a energia muscular, e muito popular enquanto suplemento no exercício físico.
À margem de um estudo publicado recentemente no Journal of Agricultural and Food Chemistry, um grupo de investigadores da Universidade de Zhejiang (China), modificou plantas de tabaco para passarem a conter creatina.
A creatina é um composto que é armazenado principalmente nos nossos músculos como fonte de energia; sendo, além disso, um famoso suplemento no exercício físico.
Tradicionalmente, a creatina provém de produtos de origem animal.
No entanto, esta nova descoberta promete trazer uma alternativa vegetal.
Como explica a New Scientist, os investigadores começaram por criar ADN que codifica duas enzimas que transformam aminoácidos em creatina.
Depois, inseriram este ADN na bactéria Agrobacterium, que o transportou para as folhas de três plantas de tabaco (Nicotiana benthamiana).
Depois de três dias, as folhas passaram de conter 0 microgramas de creatina para 2,3 microgramas de creatina por grama de folha, em média.
O processo foi repetido com a molécula carnosina – outro suplemento popular para o exercício. Aqui, o crescimento foi de 18,3 microgramas por grama.
Como notaram os investigadores, a grande variação nos níveis finais de creatina vs. carnosina deveu-se em parte a diferenças no ADN utilizado.
Os investigadores estão agora a trabalhar na modificação genética estável, de modo a que as plantas possam produzir estes compostos por períodos longos.
A equipa já está a testar esta abordagem no tomate. O líder da investigação, Pengxiang Fan, diz esperar ter fabricado esses tomates dentro de um ano, mas a sua colocação nas prateleiras dos supermercados demorará provavelmente muitos anos, devido à forte regulamentação relativa aos alimentos geneticamente modificados.