A cor que vê quando fecha os olhos não é preto. E até tem um nome próprio

Fenómeno começou a ser explicado no século XIX, por Gustav Fechner, mas os cientistas de hoje ainda não estão convencidos.

Quando fecha os olhos na escuridão, por exemplo a meio de uma noite mal dormida, a cor que vê não é preto. Na realidade, está mais próxima do cinzento do que do preto e é conhecida pelo nome eigengrau. Apesar de não ser usado pela população geral, o termo consta de alguns artigos científicos (poucos), os quais contribuem para um melhor entendimento deste fenómeno.

O termo foi usado pela primeira vez pelo filósofo e físico alemão Gustav Fechner no século XIX, daí que seja interpretado como uma tradução de “cinzento intrínseco” da língua alemã.

Fechner dedicou uma parte significativa da sua vida a desvendar segredos relacionados com a área sensorial e da perceção. De facto, o aparecimento do conceito de eigengrau deriva da experiência “o Método dos Limites”, no qual tentou estabelecer os limites em que os estímulos se estavam gradualmente a tornar mais intensos.

A partir desta experiência, apercebeu-se de que as pessoas identificavam pontos de cinzento mesmo quando estavam sujeitas a uma escuridão total. Assim se explica a cunhagem do termo. No entanto, os cientistas mostram-se algo reticentes em usá-lo, privilegiando expressões mais técnicas, como “barulho visual”, “barulho escuro” ou “adaptação de fundo”. Independentemente da escolha, todos remetem para o mesmo: a maneira como os nossos olhos respondem à luz e se adaptam à escuridão.

Tal como lembra o IFL Science, a visão humana é possível graças a duas células fotorrecetoras conhecidas como bastonetes e cones que podem ser encontradas na retina do olho. Os cones são capazes de responder a diferentes comprimentos de onda de luz, proporcionando visão colorida, enquanto as bastonetes são muito sensíveis à luz.

Se transitarmos de uma sala com luz forte para uma divisão mais escura, os olhos mudam para confiar mais nas bastonetes do que nos cones. As bastonetes ajudam-nos a identificar a luz graças a uma proteína chamada rodopsina que responde aos fotões, embora possa ser ativada por outros meios, talvez até espontaneamente.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.