A poeira pode mesmo prevalecer durante meses e representa uma ameaça significativa para as missões robóticas. Um novo estudo sugere uma origem do problema.
As tempestades de poeira assolam Marte a cada 5 anos e meio. Em Marte o tempo corre de forma diferente, e esse tempo equivale a 3 anos.
Durante décadas, os investigadores têm procurado causas para este problema, que atrasa as missões espaciais, explica a Universe Today.
Isto porque a tempestade gera cargas eletrostáticas que podem interferir com os seus componentes eletrónicos ou fazer com que a poeira se acumule nos seus painéis solares, impedindo-os de obter energia suficiente para se manterem operacionais.
Agora, um novo estudo liderado por uma equipa de cientistas da Universidade do Colorado sugere que os dias relativamente quentes e soalheiros podem desencadear as maiores tempestades.
“As tempestades de poeira têm um efeito significativo nos rovers e landers em Marte, para não falar do que acontecerá durante as futuras missões tripuladas a Marte. Esta poeira é muito leve e cola-se a tudo”, diz a autora principal, Heshani Pieris.
E as tempestades de poeira já têm vindo a causar danos: foram responsáveis pela perda do rover Opportunity em 2018 e do módulo de aterragem InSight no ano passado.
“Mesmo que a pressão do vento não seja suficiente para derrubar o equipamento, estes grãos de poeira podem ganhar muita velocidade e atingir os astronautas e o seu equipamento”, acrescentou o co-autor Paul Hayne.
“Precisamos de compreender o que faz com que algumas das tempestades mais pequenas ou regionais se transformem em tempestades à escala global. Nem sequer compreendemos totalmente a física básica de como as tempestades de poeira começam à superfície”, acrescentou.
Os autores recorreram ao Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA para descobrir que cerca de 68% das grandes tempestades no planeta foram precedidas por um aumento acentuado das temperaturas à superfície, o que levou ao levantamento de poeira.
“Quando se aquece a superfície, a camada de atmosfera que se encontra por cima torna-se flutuante e pode subir, levando consigo a poeira. Este estudo não é o fim de tudo na previsão de tempestades em Marte. Mas esperamos que seja um passo na direção certa”, disse Pieris.
Obviamente tem a ver com a reduzida humidade ou mesmo a sua total falta. Num eclipse, também na Terra, existem remoinhos