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Fraude da Volkswagen roubou 44 mil anos de vida aos europeus

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A fraude da Volkswagen com o software das emissões de gases poluentes tem um impacto avassalador na saúde pública da Europa. É o que conclui um estudo que apurou que os europeus perderam 44 mil anos de vida.

Estes dados constam de uma investigação feita por cientistas ambientais da Universidade Radboud, na Holanda, e foram divulgados pela revista Environmental Pollution.

Nesta primeira grande análise aos impactos que a fraude da Volkswagen tem para a saúde dos europeus, os investigadores Rik Oldenkamp, Rosalie van Zelm e Mark Huijbregts apuraram que se perderam quase 45 mil anos de vida saudável devido a problemas de saúde ou mortes prematuras provocadas pelo excesso de emissões poluentes.

Desse número, mais de 44 mil referem-se à Europa, enquanto que os Estados Unidos se ficam pelos cerca de 700.

O impacto ambiental é maior na Europa do que nos EUA porque os europeus compraram mais carros da marca e porque a densidade populacional é maior no Velho Continente, explicam os cientistas.

Recentemente, foi divulgado um estudo que concluiu que o excesso de emissão de gases poluentes dos carros Volkswagen vai causar cerca de 60 mortes prematuras nos EUA.

Na Europa, o número de mortes associadas à fraude pode ser muito superior, dado que esta absorve mais de 95% dos impactos do caso em termos de saúde.

“Descobrimos um impacto ainda mais devastador na Europa. Aqui foram vendidos muitos mais Volkswagens fraudulentos, numa área mais densamente povoada. Por isso, o impacto da fraude na saúde europeia é muito maior“, refere o investigador Rik Oldenkamp, citado pelo site da universidade holandesa.

Este estudo apurou que os 9 milhões de carros com o sistema fraudulento vendidos na Europa e nos EUA, entre 2009 e 2015, emitiram 526 quilo-toneladas de óxidos de nitrogénio acima do que é legalmente permitido.

E se a Volkswagen não resolver o problema nos carros com o mecanismo forjado, “mais 72 mil anos de vida saudável serão perdidos na Europa” devido às emissões poluentes, constatam os investigadores.

A marca tem insistido na ideia de que não vai compensar os 8,5 milhões de clientes europeus afectados pela fraude.

Em Portugal, as reparações nos veículos fraudulentos começaram no final de Janeiro, conforme anunciaram os responsáveis pelo processo.

SV, ZAP

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