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Zika deve espalhar-se por todo o continente americano e já chegou à Europa

Midiamax

O Aedes aegypti pode transmitir três doenças: Zika, dengue e chikungunya

O Aedes aegypti pode transmitir três doenças: Zika, dengue e chikungunya

O número de pessoas diagnosticadas com o vírus Zika continua a aumentar e estão a ser detetados casos não apenas no continente americano – onde 21 países, sobretudo o Brasil, já registaram casos do vírus desde maio -, mas também na Europa, nomeadamente Espanha, Inglaterra e Portugal.

Portugal já registou quatro casos, conforme divulgou a Direção-Geral de Saúde este mês, na altura em que lançou um alerta sobre o vírus.

Em Espanha, a imprensa noticiou na última sexta-feira que duas mulheres também foram diagnosticadas com zika. De acordo com as autoridades de saúde, ambas, residentes na Catalunha, foram infetadas durante viagens para os seus países de origem, na América do Sul, no fim do ano passado. Em Inglaterra foram registados três casos da infeção em britânicos que regressaram ao Reino Unido após viagens à América do Sul.

Também nos Estados Unidos os testes a três pessoas em Nova Iorque deram positivo no que diz respeito ao vírus Zika, ao qual está a ser atribuído o aumento do casos de microcefalia em bebés na América Latina. As três pessoas viajaram para o exterior dos EUA, para regiões onde a doença causada pelo mosquito Aedes aegypti está a propagar-se rapidamente, disse o departamento de saúde estatal de Nova Iorque, sem especificar quais. As autoridades informaram que uma pessoa estava totalmente recuperada e que as outras duas registavam melhorias.

Também em Israel uma criança foi diagnosticada com o vírus depois de viajar para a Colômbia.

A República Dominicana informou no sábado que foram confirmados dez casos do vírus. O ministro da saúde dominicano, Altagracia Guzman, disse que os testes de laboratório às amostras enviadas para os Estados Unidos confirmaram dez em 27 casos suspeitos.

Zika deve espalhar-se por todo o continente americano

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que o vírus zika se espalhará por todo o continente americano. Segundo a OMS, a falta de imunidade natural nas Américas seria um dos fatores determinantes para a velocidade com que o vírus está a espalhar-se.

Em comunicado oficial, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), braço continental da OMS, afirmou que a doença só não atingirá os países em que não há presença do Aedes aegypti – o Chile e o Canadá.

“A OPAS prevê que o vírus zika continuará a avançar e provavelmente alcançará todos os países e territórios na região onde mosquitos Aedes são encontrados”, diz a organização.

O caso pode ser pior, caso os epidemiologistas confirmem a possibilidade de transmissão sexual do vírus.

A OPAS confirmou que o zika foi detectado em amostras de sémen e diz haver o que chamou de pelo menos um possível caso de transmissão sexual – mas a entidade diz que ainda são necessárias mais provas dessa forma de transmissão.

Os sintomas mais comuns da zika são febre e erupção cutânea ou urticária, muitas vezes acompanhados por conjuntivite, dores musculares ou nas articulações. O mal-estar começa entre dois e sete dias após a picada de um mosquito infetado.

Contudo, cerca de 80% das infecções pelo zika são assintomáticas, o que também dificulta o diagnóstico.

No Brasil, estão a ser investigados cerca de 3,3 mil casos suspeitos de bebés que podem ter microcefalia associada ao zika, de acordo com o mais recente boletim do Ministério da Saúde. Um total de 282 casos foram descartados e 230 foram confirmados até a segunda semana de janeiro.

Gestantes “especialmente cuidadosas”

A OPAS juntou-se ao coro de entidades preocupadas com os casos de microcefalia associados ao zika e recomendou que as gestantes “sejam especialmente cuidadosas” e consultem um médico antes de visitar áreas afetadas pelo vírus.

A entidade, porém, ressaltou que a decisão de engravidar deve ser apenas de responsabilidade da família e dos médicos. Nos últimos dias, autoridades de saúde de Colômbia, Equador, El Salvador e Jamaica emitiram comunicados recomendando às mulheres que adiassem os planos de engravidar.

“Antes de viajar, a grávida deve consultar o seu médico para ser aconselhada sobre a melhor acção a tomar. O principal é evitar picadas de mosquitos para prevenir a infecção por zika, dengue ou chikungunya”, recomenda a OPAS no seu site.

A organização dá as seguintes recomendações aos viajantes, sobretudo a mulheres em idade reprodutiva:

  • Cobrir a pele exposta com mangas compridas, calças e chapéus;
  • Usar repelentes recomendados pelas autoridades de saúde e seguir as instruções de utilização descritas no rótulo;
  • Ao dormir, tentar proteger-se com mosquiteiros;
  • Estar atento a possíveis focos de reprodução do mosquito e eliminá-los.

Move / BBC

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