O último dia de campanha eleitoral fez-se de arruadas, apelos ao voto e contra a abstenção, mensagens para os mais indecisos, mas também de considerações sobre o Orçamento do Estado para 2016.
O esboço do Orçamento do Estado para 2016 foi aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e inclui uma previsão de défice de 2,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, menos 0,2 pontos percentuais do que o previsto no programa do executivo.
O candidato presidencial apoiado pelo Partido Comunista, Edgar Silva, andou pelo Barreiro, numa arruada pela cidade, onde disse esperar que o Orçamento do Estado para 2016 cumpra os compromissos “assumidos no quadro parlamentar”.
Da arruada no Barreiro, o candidato passou para uma arruada no Porto e foi lá que o secretário-geral do PCP, que tem acompanhado Edgar Silva na campanha, disse que não tem “pedras no sapato” em relação ao Orçamento do Estado, mantendo uma “posição construtiva” sobre o documento.
A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, andou pela feira semanal de Vila do Conde e foi lá que defendeu que Bruxelas não pode fazer com o Orçamento do Estado “o que fez com o Banif”, reiterando apoio ao Governo de António Costa na defesa dos interesses nacionais.
Outro candidato presidencial que também comentou a apresentação do esboço do Orçamento do Estado foi Marcelo Rebelo de Sousa, que andou por Viana do Castelo, para dizer que continua “moderadamente otimista” em relação à possibilidade de o défice chegar a um valor que “seja bom para Portugal e caiba nas perspetivas de Bruxelas”.
Já a candidata Maria de Belém Roseira, em campanha na Póvoa de Varzim, disse fazer “votos” para que as linhas gerais do documento sejam aprovadas em Bruxelas, mas escusou-se a adiantar se promulgaria ou não o Orçamento do Estado se for eleita Presidente da República.
Mas o Orçamento do Estado não foi o único tema a ser abordado hoje pelos candidatos presidenciais e Sampaio da Nóvoa aproveitou o último dia de campanha, e a sua última arruada, para pedir aos eleitores que deem tudo para depois não se arrependerem de nada.
“Faltam oito horas para o fim da campanha, vamos dar tudo para não nos arrependermos de nada”, declarou, perante as centenas de pessoas que o ouviram junto ao Arco da Rua Augusta, em Lisboa, onde terminou a maior arruada da sua candidatura durante a campanha.
Depois de um comício de encerramento oficial da campanha esta quinta-feira no Cinema S. Jorge Magalhães, em Lisboa, Paulo de Morais fechou a sua campanha no Porto, com um comício que encheu a sala na Alfândega.
Ao tema forte da sua campanha – o combate à corrupção – o candidato juntou desta vez o combate ao abstencionismo, salientando que “nenhum país desenvolvido tem uma abstenção tão alta como Portugal”.
“Não desperdicem o vosso voto“, pediu Paulo de Morais aos eleitores.
Cândido Ferreira aproveitou o último dia da campanha para apelar aos indecisos para votarem nas candidaturas independentes com alguma “visão para o país”, referindo-se à sua e à de Henrique Neto, durante a visita a uma empresa da Maceira, Leiria.
Já Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, optou por pedir aos portugueses para votarem com tino, depois de ter andado pelo Porto a distribuir beijos, abraços e a tirar ‘selfies’.
“O povo está farto de ser enganado, está farto de ser roubado e o povo vai votar com tino, porque quem pensa que o povo é totó está muito enganado”, declarou o candidato.
O candidato Jorge Sequeira esteve de visita a uma instituição de solidariedade social em Vila Nova de Gaia e foi lá que alertou para o facto de a abstenção poder vir a ser o “grande vencedor” das eleições de dia 24 de janeiro.
Henrique Neto, que teve uma arruada em Lisboa, disse que valeu a pena participar e apontou que nem Marcelo Rebelo de Sousa nem Sampaio da Nóvoa, à frente nas sondagens, darão um bom Presidente.
Razão pela qual, afirmou, se houver uma segunda volta, Henrique Neto vota em branco.
ZAP / Bom Dia