Ministra francesa diz que não há razões para parar ensaios clínicos

Parti socialiste / Flickr

Marisol Touraine, ministra da Saúde francesa

Marisol Touraine, ministra da Saúde francesa

A ministra da Saúde francesa afirmou esta segunda-feira não ver razões para interromper os ensaios clínicos da farmacêutica Bial, mesmo depois da morte de um dos voluntários.

Depois da polémica que se instalou na sexta-feira passada com os ensaios clínicos do medicamento da Bial, a ministra Marisol Touraine não vê motivos para que os mesmos sejam interrompidos, avança a agência Lusa, citada pelo DN.

“Não é um grande problema, maciço, sem precedentes em França, precisamos de saber o que aconteceu, mas não há nenhuma razão para se interromperem os ensaios clínicos“, afirmou a ministra da Saúde.

Estas declarações acontecem um dia depois de um dos seis voluntários que tinham sido hospitalizados – e que estava em morte cerebral há vários dias – ter falecido.

Questionada pelo canal televisivo RTL, a ministra sublinhou ainda que o laboratório deveria ter avisado mais cedo as autoridades competentes desta situação.

“Um alerta precoce teria sido mais apreciado. Face a um evento tão grave, esperávamos que o laboratório tivesse contactado mais rapidamente as autoridades sanitárias”, defendeu.

De acordo com as últimas informações, os restantes voluntários encontram-se em “estado estável”, quatro dos quais têm diversas doenças neurológicas.

Estão em andamento três investigações, uma delas judicial, para tentar apurar as razões que provocaram este acidente.

Presidente da Bial “profundamente chocado”

Em declarações à Lusa, António Portela, presidente executivo da farmacêutica portuguesa, afirma estar “profundamente chocado” com a morte do voluntário. O responsável garante que a Bial está a trabalhar “incansavelmente” para perceber as razões deste acidente.

“Quero, em meu nome pessoal e em nome de Bial, expressar as nossas profundas condolências e sentimentos para com família do voluntário que faleceu após ter participado no ensaio de Fase 1, com a nossa molécula experimental”, lamentou, também citado pelo mesmo jornal.

São muitas as pessoas que, todos os anos, participam em ensaios clínicos do género, muitas vezes aliciadas pelo dinheiro.

Para este ensaio, estima-se que uma semana completa de teste rondava uma remuneração de cerca de mil euros.

De acordo com as informações até agora recolhidas, estavam envolvidos neste ensaio 108 voluntários, sendo que 90 receberam a droga e os restantes tomaram um placebo.

ZAP

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