Alunos de uma escola primaria de Brockton, em Massachusetts [EUA], vão ser os primeiros a experimentar um programa de imersão em português, com disciplinas lecionadas em ambas as línguas, para promover o bilinguismo.
A diretora de educação bilingue para as escolas públicas de Brockton, Kellie Jones, explicou que a iniciativa estará aberta “a qualquer família que queira desenvolver o bilinguismo e a biliteracia” e que “50 por cento da instrução será dada em inglês e 50 por cento será dada em português.”
Através de sorteio, 50 crianças cujos pais tenham concordado com a sua inclusão serão divididas em duas turmas e fazer parte do projeto até ao quinto ano.
Dois professores vão estar responsáveis pelo planeamento do currículo para assegurar a transição entre as duas línguas.
Kellie Jones explicou ao The Enterprise a escolha do português, a sexta língua mais falada no mundo, citando uma lista publicada pelo governo dos EUA com as línguas de que o país tem mais necessidade e nomeando a grande comunidade portuguesa, brasileira e cabo-verdiana que existe em Massachusetts.
O programa estará limitado a crianças com família de países de expressão portuguesa.
“Podemos construir com base naquilo que já existe e ajudar a desenvolver capacidade importantes para o século XXI”, disse a responsável.
Os pais poderão candidatar-se já em fevereiro, quando matricularem os filhos para o próximo ano letivo. O sorteio acontece em maio.
O programa segue o exemplo do que já acontece com o espanhol na Escola Primária George, também em Brockton, onde existe neste momento uma lista de espera com 100 alunos.
“Somos uma cidade que serve de porta de entrada para pessoas de todo o mundo. É importante que as nossas crianças aprendam línguas. Escolhemos culturas e línguas que reflitam a nossa vibrante comunidade”, disse a superintende das escolas de Brockton, Kathleen Smith.
Os responsáveis garantem que este tipo de educação tem grande influência no vocabulário das crianças, no desenvolvimento do seu pensamento critico e que estes jovens costuma pontuar 250 pontos acima da média nos exames de acesso a universidade (SATs).
O trabalho de planeamento do programa em português, que incluiu uma equipa de educadores, administradores e parceiros de universidades e institutos de línguas, foi desenvolvido com uma bolsa estadual de 73 mil dólares (cerca de 67 mil euros).