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Activista Rafael Marques denuncia torturas a presos políticos angolanos

maka.angola / Facebook

O ativista angolano Rafael Marques

O ativista angolano Rafael Marques

O ativista e jornalista angolano Rafael Marques disse à Lusa que dois dos 17 presos políticos angolanos foram torturados pelas autoridades penitenciárias na sexta-feira passada, em Luanda.

“Para além do caso do Luaty Beirão – em greve de fome – há outros casos que estão a passar desapercebidos: o caso do Benedito Jeremias e do Albano Bingo, que foram torturados na sexta-feira passada no Hospital Prisão de S. Paulo, em Luanda, e segundo informações que recebi dos familiares, o diretor adjunto da penitenciária ordenou a tortura contra estes dois jovens com bastões elétricos”, disse Rafael Marques, autor do livro “Diamantes de Sangue”, à Lusa.

Segundo o ativista angolano, promotor do site makaangola.org, e que se encontra neste momento em Portugal, Albano Bingo foi “assaltado por 18 polícias”.

“Torturaram-nos porque estavam a reclamar o direito de poderem falar uns com os outros. A mulher de Albano Bingo disse-me que o marido mal consegue andar devido à pancadaria. Tem feridas nas mãos, nos braços e nas pernas e nas costas”, disse Rafael Marques depois de contactos estabelecidos com os familiares dos detidos.

Entretanto, o músico luso-angolano Luaty Beirão está há 22 dias em greve de fome, o que segundo Rafael Marques, demonstra a “insensibilidade” do regime de Angola.

“O regime sempre foi autoritário e sempre foi brutal e sempre teve uma grande capacidade em esconder e disfarçar a sua insensibilidade humana. Nós temos um presidente, José Eduardo dos Santos, que é insensível ao sofrimento dos seus concidadãos e neste momento ele continua a não conseguir disfarçar essa insensibilidade”, acusa Rafael Marques que, na semana passada, denunciou as prisões dos 17 jovens junto da administração norte-americana, em Washington.

Luaty Beirão, de 33 anos, faz parte de um grupo de 17 jovens – dois dos quais estão em liberdade provisória – acusados formalmente desde 16 de setembro passado de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano, mas sem que haja uma decisão do tribunal de Luanda sobre a prorrogação da prisão preventiva.

/Lusa

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