Pedro Passos Coelho escreveu a José Sócrates, quando este era primeiro-ministro, para lhe manifestar o seu apoio à possibilidade de um pedido de ajuda à Troika, como veio a acontecer. Uma carta de Março de 2011, agora divulgada pelo jornal Público.
Depois de a Troika ter sido um dos grandes temas do debate televisivo entre Pedro Passos Coelho e António Costa, o jornal Público revela a carta que o actual primeiro-ministro enviou ao seu antecessor, José Sócrates, dando-lhe o seu apoio face a um eventual pedido de ajuda internacional.
Na carta de sete parágrafos, com data de 31 de Março de 2011, o então líder do maior partido da oposição, salienta a sua “profunda preocupação” e as “gravíssimas consequências” de um cenário de incumprimento e insta Sócrates a tomar as “medidas indispensáveis para evitar tal risco”.
“Entendo ser meu dever levar ao seu conhecimento que, se essa vier a ser a decisão do Governo, o Partido Social Democrata não deixará de apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos, nomeadamente em matéria de facilidade de crédito para apoio à balança de pagamentos”, escreveu Passos Coelho.
A carta é revelada 4 anos e meio depois, em plena pré-campanha eleitoral para as eleições legislativas de 4 de Outubro.
Seis dias após o envio da carta, a 6 de Abril de 2011, José Sócrates solicitou a ajuda internacional.
Leia-a abaixo a carta na íntegra, conforme a trascreve o Público.
“Confidencial – Gabinete do presidente
Senhor primeiro ministro,
“Recebi hoje informação, da parte do senhor Governador do Banco de Portugal, de que o nosso sistema financeiro não se encontra, por si só, em condições de garantir o apoio necessário para que o Estado português assegure as suas responsabilidades externas em matéria de pagamentos durante os meses mais imediatos. Ainda esta manhã o senhor Presidente da Associação Portuguesa de Bancos transmitiu-me idêntica informação.
Estes factos não podem deixar de motivar a minha profunda preocupação. Não desconheço que o Governo tem repetidamente afirmado que Portugal não necessitará de recorrer a qualquer mecanismo de ajuda externa e é certo que a competência pela gestão das responsabilidades financeiras do país cabe por inteiro ao Governo.
Não disponho de informação sobre as acções e diligências que o Executivo estará a desenvolver para assegurar o cumprimento dessas obrigações. Porém, é do conhecimento público a situação do mercado que a República vem defrontando, desde há vários meses a esta parte, bem como o facto de o sistema bancário se encontrar sem acesso ao mercado desde há mais de um ano.
Atenta a especial sensibilidade desta matéria e as gravíssimas consequências que decorriam para o nosso país de qualquer eventual risco de incumprimento, é essencial que o Governo garanta, com toda a segurança e atempadamente, adopção das medidas indispensáveis para evitar tal risco.
Nestas circunstâncias, entendo ser meu dever levar ao seu conhecimento que, se essa vier a ser a decisão do Governo, o Partido Social Democrata não deixará de apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos, nomeadamente em matéria de facilidade de crédito para apoio à balança de pagamentos.
Considerando a extrema relevância desta matéria, informo ainda que darei conhecimento desta carta confidencial ao senhor Presidente da República.
Com os cumprimentos,
[assinatura] Pedro Passos Coelho
Lisboa, 31 de Março de 2011″
PS “em estado de negação”
Do lado da coligação, há quem veja na revelação desta carta uma manobra eleitoralista, e quem acuse o PS de estar “estar em negação absoluta, estar a convencer o país de que não foram eles a chamar a troika”
“Este estado de negação, não perceber o que aconteceu em 2011, é um sinal de que, se pudessem, podiam repetir o mesmo erro em 2015”, diz Paulo Portas.
O líder centrista cita mesmo o ex-presidente Mário Soares: “Tive uma discussão gravíssima com Sócrates, queria que ele pedisse o apoio e ele não pedia, passei duas ou três horas com ele, discutimos brutalmente mas amigavelmente, depois o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, também interveio e Sócrates acabou por ceder perante a evidência da necessidade do apoio”.
“A frase é de Mário Soares e foi dita no dia 17 de fevereiro de 2012, suponho que encerra essa matéria”, sublinhou o também vice-primeiro-ministro.
ZAP
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo
Hoje no Público
Muito embora a ignorância da lei não aproveite a ninguém, princípio consagrado no artigo 6.º do Código Civil, a verdade é que o Estado notificou os faltosos para que regularizassem as suas dívidas à segurança social. Aparentemente, terão sido notificados todos os devedores, excepto um: o alegado primeiro-ministro. Ao longo do percurso sinuoso que antecedeu a sua chegada a São Bento, Passos Coelho fez uns biscates como trabalhador independente, tendo-se então abstido de contribuir para a segurança social.
Mal soube da investigação do Público, Passos Coelho abriu os cordões à bolsa. E foi tão magnânimo que saldou as dívidas prescritas.
O alegado primeiro-ministro informou o Público de que só teve conhecimento das dívidas em 2012. Então por que não pagou de imediato? A resposta parece ter sido escrita por um jota: tinha decidido fazê-lo «apenas em momento posterior ao do exercício do actual mandato». Por outras palavras, Passos Coelho sugere-nos implicitamente que, no fim da legislatura, estaria mais liberto para cumprir as suas obrigações como cidadão.
Mas o Passos Coelho que hoje diz isto ao Público é o mesmo Passos Coelho que hoje diz ao Expresso que vai continuar, dispondo-se até a lutar por uma maioria absoluta em 2015.
um mentiroso escrevendo a outro que tal-
Mas ainda há alguém de bem neste país que acredite em políticos? São todos salvo raríssimas excepções uma cambada de aldrabões. A mim já nao me enganam voto sempre em branco. Façam o mesmo.
É engraçado: esta notícia não chegou pelo Correio da Manhã! Parece que esses também só investigam o que lhes interessa…
Só tenho uma coisa a dizer… Custa-me a acreditar que depois de 40 anos a ser ludibriados pelo Arco da Governação, o eleitorado ainda hesite em deixar de votar nos 3 suspeitos do costume. Eu não exclamo isto para apelar ao voto à Esquerda nem à Direita. Não é uma questão de orientação política até porque hoje em dia já não faz sentido falar em esquerda e direita, que são ideologias políticas do sec. XIX.
Não… É muito mais simples do que isso: Se uns já provaram que têm o sistema viciado para os servir a eles e seus amigos de máfia partidária, então demos pelo menos o benefício da dúvida a outros que pelo menos nunca tiveram sequer oportunidade de provar que são honestos.
Estas máquinas partidárias já provaram que tendo-se habituado ao lugar, já o dão como adquirido e já têm por isso esquemas montados para embolsar o dinheiro dos contribuintes da forma que mais lhes convem. Há que tirar o tapete debaixo dos pés destas máfias… Pelo menos enquanto o poder deles não é tão grande que comecem a aldrabar na contagem dos votos! Depois será tarde demais.
Nnguém se engane que a democracia pode ser um dado adquirido. O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. Se estes gajos não páram de viciar o sistema, qualquer dia tomam-no de assalto. O Arco da governação come todo à mesma mesa. O Sócrates diz “porreiro, pá” ao Durão Barroso quando ele abandona o governo para favorecer carreirismo pessoal; o Freitas funda o CDS mas é ministro do PS… Enfim, os exemplos são mais que muitos e esta malta é toda farinha do mesmo saco. Demos oportunidade a outros! Eu já nem quero saber quais… Outros!.. Ou ainda há quem pense que o Estado é um avião e só a malta do CDS/PSD/PS é que tirou brevê de pilotagem?..
…E depois temos os gregos que foram no pio fininho dessa conversa e… que estrondo do soneto
Não vejo onde está o facto politico actual para tanta “algazarra”. A posição de Passos Coelho, na carta de 201,1 é bem clara, no superior interesse do país, e transcrevo “nestas circunstâncias, entendo ser meu dever levar ao seu conhecimento que, se essa vier a ser a decisão do Governo, o Partido Social Democrata não deixará de apoiar o recurso aos mecanismos financeiros externos”. Não podemos esquecer que o país estava em rotura financeira e já não tinha dinheiro para pagar salários e reformas. Quem pediu, não tenhamos dúvidas, foi o então governo socialista, quando Sócrates caiu nele e já sem o apoio dos históricos do partido e do então do Ministro das Finanças. O PS actual não pode branquear o seu passado e até lhe deveria merecer mais respeito. Preocupem-se, isso sim, com o futuro de Portugal e apresentem não ilusões mas soluções que melhorem a vida dos portugueses, principalmente daqueles que estão desempregados. Ainda estamos à espera do cumprimento da promessa da criação dos 150.000 postos de trabalho que Sócrates embandeirou numa campanha anterior.
Há lagostins por aqui que nao sabem a diferença entre dizer que criam 150.000 e nao o fazerem e outros que dizem que nao destroem nenhum e destroem 500.000, palhaçada. Uns sao mentirosos outros além de mentirosos são palhaços.
…”iliteracia” e “algazarra” combinam com a actual “família” de comunicação do Partido Socialista em desespero de causas…
Quando Passos Coelho escreveu a carta a dizer que apoiava a vinda da Troika , já tinha dado todos os empurrãozinhos possíveis para que não houvesse outra solução. Quem é que não sabe isso? Porque se demitiu J.S.? Porque todas as soluções apresentadas foram inviabilizadas pela oposição. Quem sempre quis a Troika quem foi?
Só lhe passa ao lado o que lhe interessa! Isso pode ser “…” para o lado!
Sarkozy e Merkle foram os únicos apoiantes do tal PEC IV, obviamente porque se avizinhavam obras faraónicas as quais teriam forte participação de empresas francesas e alemães – TGV, Travessias, Barragens, Aeroporto, Autoestradas. Percebe?
Todos sabemos que quando J. S. foi obrigado a pedir o apoio da Troika isso se deveu à rejeição de todos os partidos na Assembleia da Republica ao PEC 4.
Tivemos pela primeira vez em Portugal a direita e a esquerda unidas pelo mesmo objectivo.
Sendo o PS o partido no poder não lhe restou outra alternativa, demitir-se e chamar a Troika.
Depois, com esta maioria tivemos Troika a dobrar.
…PEC 1,2,3,4… 5,6…? Demitiu-se e chamou a troika? Não. Teixeira dos Santos demonstrou-lhe a indisponibilidade de financiamento do banco do regime – BES – em continuar a comprar dívida porque se fecharam as portas dos mercados àquele e à dívida portuguesa… Depois foi a eleições e perdeu rotundamente!
Contudo não surpreende que alguns defensores dos PEC’s socráticos ainda se pavoneiem em “bicos de PEC’s” por aí.
Então não se demitiu… iiiiiiiii… tanta literacia para uma insinuação tão reles!
Depois candidatou-se e perdeu! Qual é o mal? Há alguma ilegalidade nisso? Os portugueses escolheram Toika a dobrar! Agora temos remediados pobres, pobres mais pobres e ricos mais ricos! Iiiiiii…
Em qualquer democracia que não de galinheiro, qdo o 1º ministro recorre a resgate, sabe qual é a sequência dos princípios democráticos: Qualquer cidadão crescido com responsabilidade de cidadania sabe (quanto mais ele) que o Presidente da República vai fazer : Demitir o governo e convocar eleições! Ele tem a prerrogativa de não esperar por ser enxotado, antecipar-se e saír “naturalmente”. Sai porque sabe “vem aí eleições”… Nestas coisas não há lata, qto muito há palas.
Nem são precisas cartas para provar quem quis a vinda da Troika.
J. Sócrates só chamou a Troika, não porque o quisesse mas porque a oposição inviabilizou todas as alternativas. Por isso se demitiu.
A Paulo Portas até foge a boca para a verdade. Ele diz: – José Sócrates não queria…
Não pôs os óculos? Está ali à mão!!!
O próprio Mário Soares em FEV.2012:
“Tive uma discussão gravíssima com Sócrates, queria que ele pedisse o apoio e ele não pedia, passei duas ou três horas com ele, discutimos brutalmente mas amigavelmente, depois o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, também interveio e Sócrates acabou por ceder perante a evidência da necessidade do apoio”
Há coisas que podem ser patológicas carago…
Então afinal ele não queria… carago…
Qum carago! Não queria, e não seria por falta de lata, ficar associado ao 3º convite em 40 anos – FMI em Portugal! Diria que Teixeira dos Santos e Mário Soares lhe fizeram cair as “palas” – Falta que o mesmo lhe aconteça, a si.
Percebe-se que lhe seja difícil enquadrar-se com o tremendo erro da malta da comunicação em volta do A.Costa ao mandar para o ar 2 vezes aquela do “PSD ser responsável pela vinda da troika” e nunca ter assumido a desastrosa fuga para a frente e de barriga, umbigos e tudo, da desenfreada correria dos cartões de crédito na mão dos eleitores, casas a pagar por 50 anos, o investimento público – sem retorno com mais obras faraónicas, políticas promotoras do consumo interno, mais importações mais endividamento e favores a França e à Alemanha!
… “Minha querida” não queria e “sabe-se hoje porquê!?!
Permita-se a intimidade só para lhe sugerir que tire tudo o que tiver à frente dos olhos e até ao lado para que nada lhe possa perturbar as vistas!
NB.- Os afetos são virtuais…e o resto também!
Mas afinal onde está o mal desta carta? Se uma pessoa vê outra ás portas da morte só poderá alertar o médico de que se não tomar as devidas providências essa pessoa acabará mesmo por morrer, era o caso de Portugal nessa altura e o mal está apenas da situação ter sido levada até àquele ponto sem retorno, o resto são apenas pormenores de índole partidária.