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Duas profissões vão desaparecer “em 6 meses”, prevê CEO da Perplexity AI

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TechCrunch / Flickr

Aravind Srinivas, CEO da Perplexity

O CEO da startup de Inteligência Artificial Perplexity, Aravind Srinivas, prevê que a IA vai provocar mudanças imediatas no mercado de trabalho — e que “em 6 meses ou um ano” duas profissões em particular vão deixar de existir: recrutador e assistente executivo.

A nova geração de Large Language Models (LLM) como o ChatGPT irá provocar uma perda massiva de empregos a curto prazo — no máximo, em 12 meses, diz o  diretor executivo da Perplexity.

Numa entrevista recente ao The Verge, Aravind Srinivas lançou um alerta particular sobre o futuro imediato dos empregos digitais – e garante que profissões como a de recrutador e assistente executivo desaparecerão em questão de poucos meses, devido ao avanço dos agentes de inteligência artificial.

O executivo adianta que a sua empresa está atualmente a desenvolver o Comet, um browser com IA que executa tarefas do início ao fim sem intervenção humana.

Esta ferramenta não só procura informação, como completa processos inteiros, como a pesquisa de perfis profissionais, a recolha de dados e o envio massivo de correios eletrónicos personalizados.

O objetivo do Comet vai além de ser um motor de busca otimizado. Srinivas propõe convertê-lo numa plataforma que funcione de forma constante em segundo plano, a gerir agendas, planear reuniões e redigir relatórios automaticamente.

A sua visão redefine o navegador de internet como uma interface ativa, capaz de assumir a carga operativa que atualmente recai sobre pessoal administrativo.

Ao aceder de forma segura a serviços como Gmail ou Google Calendar, este agente pode coordenar consultas, resolver conflitos de horário e gerar resumos prévios às reuniões. Desta forma, os assistentes poderiam ser substituídos por sistemas automatizados capazes de atuar com precisão e eficiência.

Segundo as estimativas de Srinivas, modelos de IA como o GPT-5 ou Claude 4.5 permitirão executar estes fluxos de trabalho de forma fluida num período de seis a doze meses. “Estou bastante seguro de que dentro de um ano poderá fazer tudo“, afirmou o executivo, que sublinha que esta mudança será imediata.

Esta abordagem coloca muitas empresas perante um desafio de adaptação acelerada. A automatização deixará de ser uma ferramenta de apoio para se tornar numa alternativa real e direta a certos perfis laborais, especialmente aqueles centrados em tarefas estruturadas ou repetitivas.

Para o CEO da Perplexity, esta evolução tecnológica libertará tempo para o lazer, já que “as pessoas escolherão passar mais tempo em entretenimento do que em tarefas intelectuais”.

No entanto, esta visão não resolve o impacto que o mercado laboral sofrerá. Muitos trabalhadores poderão não encontrar um papel equivalente como supervisores de IA, o que alimenta o debate sobre o risco de deslocamento massivo, salienta o EL Confidencial.

O modelo de produtividade proposto por Srinivas implica uma reestruturação completa das funções tradicionais. Se uma instução dada a um LLM pode substituir dias de trabalho dos humano, o seu papel limita-se a definir objetivos, deixando a execução nas mãos das máquinas.

Não faltam avisos. Há alguns dias, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, alertou que a IA vai mudar (ou eliminar) o emprego de todas as pessoas do Mundo. Na semana anterior, Bernie Sanders revelou o “apocalipse IA” que preocupa os especialistas: a perda massiva de empregos.

Parece claro que o mercado de trabalho vai sofrer profundas alterações. E o emprego de “recrutador”, cuja extinção Aravind Srinivas prevê para breve, provavelmente deixará de existir não porque os recrutadores serão substituídos por IA — mas porque simplesmente deixará de haver pessoas para recrutar.

Armando Batista, ZAP //

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