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Morreu Felix Baumgartner — a fazer aquilo de que mais gostava

Benoit Duchatelet / Flickr

Felix Baumgartner, o primeiro homem a saltar do espaço

O paraquedista Felix Baumgartner, mundialmente famoso por ter sido o primeiro homem a saltar desde a estratosfera e a quebrar a barreira do som sem o uso de um veículo, morreu esta quinta-feira aos 56 anos, após um acidente de parapente na região italiana de Las Marcas.

Conhecido por praticar atos extremos, o paraquedista austríaco Felix Baumgartner morreu esta quinta-feira, depois de se ter sentido mal durante um voo de parapente, em Porto Sant’Elpidio, Itália.

Baumgartner perdeu o controlo do parapente motorizado e caiu na piscina de um estabelecimento turístico. Segundo avançam meios de comunicação italianos citados pela Deutsche Welle, o acidente deixou uma pessoa com ferimentos sem gravidade,

Segundo o presidente da câmara de Porto Sant’Elpidio, Massimiliano Ciarpella, os relatos do acidente sugerem que o paraquedista austríaco, de 56 anos, poderá ter sofrido um problema médico súbito no ar. O autarca ofereceu as condolências da cidade pela morte de “um símbolo de coragem e paixão pelos voos extremos”.

Nascido em Salzburgo em 1969, Baumgartner ajudou a popularizar os desportos extremos, com saltos de arranha-céus, pontes e rochedos.

O austríaco tornou-se conhecido em todo o mundo em outubro de 2012 quando, usando um fato especialmente feito, saltou de um balão a 38 km acima da Terra, tornando-se o primeiro humano a saltar desde a estratosfera — e também o primeiro a quebrar a barreira do som, tipicamente atingida a mais de 1.110 km/h.

Durante o histórico salto, que aconteceu sobre Roswell, Novo México, no 65º aniversário do voo lendário do piloto americano Chuck Yeager, que quebrou pela primeira vez  a barreira do som em 14 de outubro de 1947, Baumgartner atingiu uma velocidade máxima de mais de 1.340 km/h.

“Quando estava ali no topo do mundo, tornas-te tão humilde, não pensas mais em quebrar recordes, não pensas em obter dados científicos. A única coisa que queres é voltar vivo”, disse o paraquedista austríaco após a aterragem.

A altitude a que Baumgartner saltou foi também a mais alta de sempre para um paraquedista, tendo então batido o recorde anterior, estabelecido em 1960 pelo antigo pilota da Força Aérea norte-americana Joe Kittinger — que serviu como conselheiro de Baumgartner durante a sua façanha.

O autoproclamado “Deus dos Céus” começou a fazer paraquedismo quando era adolescente, antes de se dedicar ao desporto extremo de base jumping. A sua longa carreira de saltos audaciosos incluiu paraquedismo através do Canal da Mancha e saltar de paraquedas das Torres Petronas na Malásia.

Na Áustria também era conhecido por cortejar a controvérsia, tendo por diversas vezes expressado opiniões que incluíam apoio à ditadura como sistema de governo. Em 2016, recomendou para Prémio Nobel da Paz o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, e apoiou um candidato populista de direita para a presidência austríaca.

Baumgartner tinha no seu braço direito uma tatuagem com a frase “born to fly“. Nasceu para voar, e morreu a fazê-lo.

ZAP //

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