Misterioso sinal de rádio detetado em satélite morto da NASA

Jim Preston / Smithsonian National Air and Space Museum

Esteve ativo 3 anos, e é agora palco de um surto de emissão que confunde os cientistas. Descoberta abre portas à deteção remota de descargas eletrostáticas.

“Relatamos a deteção de um surto de emissão entre 695,5 megahertz e 1031,5 megahertz de largura de banda pelo Australian Square Kilometer Array Pathfinder, ASKAP”, escreve uma equipa liderada pelo astrónomo Clancy James. “O surto foi localizado através da análise dos atrasos temporais no campo próximo, no antigo satélite Relay 2, há muito desativado”.

O sinal de rádio misterioso foi detetado num satélite da NASA que orbita a Terra há mais de 50 anos, mas que tem estado à deriva, inativo, “morto”. Na verdade, só permaneceu operacional durante um curto período de tempo — não mais de 3 anos. Oscila entre altitudes de 1.867 e 7.648 quilómetros, explica a Science Alert.

“Usando a localização do ASKAP, o momento do surto e o módulo Skyfield em Python, procurámos uma coincidência em tempo e posição no céu entre o surto e os satélites terrestres”, escrevem os autores do estudo publicado na The Astrophysical Journal Letters.

“Foi encontrada uma correspondência viável, para o NORAD ID 737 (Relay 2) … Concluímos, por isso, que este surto teve origem no Relay 2“.

Este surto não poderia ter sido o resultado de um reflexo da luz solar. Ad hipóteses ficaram reduzidas a duas possibilidades: uma descarga eletrostática ou uma descarga de plasma após o impacto de uma pequena rocha espacial — um micrometeoroide.

Qual foi o gatilho para o surto? Os cientistas tentam responder a essa pergunta.

“A observação de um surto tão breve a frequências de GHz é inesperada e levanta a possibilidade de novos métodos de deteção remota de descargas em arco de satélites, quer através da adaptação de experiências existentes que procuram surtos rápidos de rádio ou partículas de alta energia, quer de novos instrumentos dedicados”, escrevem os investigadores.

“A nossa observação abre novas possibilidades para a deteção remota de descargas eletrostáticas, que representam uma ameaça séria para as naves espaciais, e revela uma nova fonte de eventos falsos para observações de fenómenos astrofísicos transitórios”.

ZAP //

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