Hamas pisca o olho a Trump com libertação do último refém israelo-americano

IDF/X

Edan Alexander, 21 anos, foi libertado pelo Hamas esta segunda-feira.

Militar israelo-americano de 21 anos foi o primeiro refém libertado desde que Israel rompeu o cessar-fogo com o grupo terrorista palestiniano, em março. Hamas espera que gesto facilite negociações com EUA e Israel.

O grupo terrorista palestiniano Hamas anunciou esta segunda-feira que libertou o último cidadão americano vivo mantido em cativeiro na Faixa de Gaza.

A libertação não acontece por acaso: dá-se dias antes da chegada prevista do presidente Donald Trump ao Médio Oriente. Segundo o Hamas, a libertação de Edan Alexander, militar de 21 anos que também tem cidadania israelita, faz parte de um esforço para estabelecer diálogo com o governo norte-americano sobre um cessar-fogo e a reabertura das passagens para Gaza.

Há mais de dois meses que Israel bloqueia a entrada de alimentos e ajuda, agravando a crise humanitária no território devastado. Militares israelitas informaram na tarde de segunda-feira que Alexander está com a Cruz Vermelha e será posteriormente entregue às forças israelitas.

De regresso a casa

Alexander nasceu em Telavive, em Israel, e mudou-se para os Estados Unidos com a família, onde foi criado. Regressou a Israel após terminar o ensino secundário, para cumprir o serviço militar.

O jovem foi uma das cerca de 250 pessoas capturadas pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro que deu início à guerra em Gaza. Tinha 19 anos na altura e estava destacado para um posto militar próximo da Faixa de Gaza, um dos alvos do ataque.

Estima-se que pelo menos 58 reféns permaneçam em Gaza – dezenas foram considerados mortos.

Em Tenafly, Nova Jérsia, cidade onde reside a família de Alexander, várias pessoas saíram às ruas com cartazes a dizer “bem-vindo a casa” e “tragam-nos de volta”, acompanhando a notícia da libertação através de um ecrã gigante.

A família de Edan Alexander afirmou, em comunicado, que “recebeu o maior presente imaginável – a notícia de que o nosso querido filho Edan está a regressar a casa depois de 583 dias em cativeiro em Gaza”.

Mais tarde, Israel ia às redes sociais mostrar ao mundo o abraço tão aguardado: “Edan Alexander está em casa”.

Os seus familiares apelaram ainda ao governo israelita para que continue os esforços no sentido de libertar todos os reféns.

“Por favor, não parem. Esperamos que a libertação do nosso filho dê início a negociações para todos os 58 reféns que restam, pondo fim a este pesadelo para eles e para as suas famílias.”

“Combinação vencedora”

“Ele está a voltar para casa, para os seus pais, o que é realmente uma ótima notícia”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca, pouco antes de partir para a Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos. Mesmo sem passar por Israel, a visita será fortemente marcada pela guerra em Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu que a libertação do refém israelo-americano foi conseguida graças a uma “combinação vencedora” de pressão militar israelita e política exercida pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

No vídeo, Netanyahu informou que falou hoje com Trump e que o líder da Casa Branca disse estar “comprometido com Israel” e em trabalhar com o seu Governo “em estreita cooperação”.

O Hamas manifestou a sua disponibilidade para “iniciar imediatamente negociações para chegar a um acordo abrangente para um cessar-fogo sustentável”, que incluiria a retirada do Exército israelita do enclave palestiniano, bem como “o fim do cerco”, a troca de prisioneiros e a reconstrução da Faixa de Gaza.

No entanto, as previsões não são amigas dos palestinianos: Israel tem um novo plano para ocupar Gaza que deve começar já no fim do mês. “Vamos finalmente ocupar a Faixa de Gaza”, disse o ministro das Finanças, de extrema direita, Bezalel Smotrich, esta semana.

ZAP // DW

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