Duas instalações comerciais de telecomunicações foram conectadas por uma rede quântica segura que utilizou cabos de fibra ótica existentes à temperatura ambiente – é um passo crucial para uma futura Internet quântica viável.
Foi dado mais um passo importante em direção a uma Internet quântica.
O melhor de tudo é que não requer nenhum equipamento de comunicação especial.
À margem de um estudo publicado esta quarta-feira na Nature, dois centros de dados na Alemanha trocaram informações quânticas seguras usando fibras de telecomunicações já existentes à temperatura ambiente.
Isto contrastou com a maioria das comunicações quânticas, que muitas vezes requerem resfriamento a temperaturas extremamente baixas para proteger as partículas quânticas de perturbações no ambiente.
Como escreve a New Scientist, a Internet quântica, onde as informações podem ser trocadas com extrema segurança graças à codificação em partículas quânticas de luz chamadas fotões, está rapidamente a fazer incursões no mundo fora do laboratório.
Em março, um microssatélite bateu o recorde da comunicação quântica, permitindo uma ligação quântica entre estações terrestres na China e na África do Sul.
Algumas semanas antes, foi apresentado o primeiro sistema operativo para redes de comunicação quântica.
Agora, uma equipa da Toshiba Europe Limited conseguiram enviar informações quânticas através de fibra ótica entre duas instalações separadas por cerca de 250 quilómetros em Kehl e Frankfurt, na Alemanha.
As informações também passaram por uma terceira estação entre elas, a pouco mais de 150 quilómetros de Frankfurt.
Numa melhoria notável em relação às redes quânticas anteriores, a equipa utilizou fibra existente, bem como dispositivos que podem ser facilmente encaixados em racks que já abrigam equipamentos de telecomunicações tradicionais. Isso reforça a possibilidade de a Internet quântica se tornar, eventualmente, uma operação plug-and-play.
Prem Kumar, da Universidade Northwestern, em Illinois, disse à New Scientist que a utilização deste tipo de protocolo de comunicação sublinha como as redes quânticas estão a aproximar-se da praticabilidade.
“Um engenheiro de sistemas poderia olhar para isso e ver que funciona. No entanto, para ser totalmente prática, a rede teria que trocar informações mais rapidamente”, apontou.
